Segundas Impressões | Realeza Juvenil

Cristina Ravela
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Bom dia, gente linda!


Para quem não se lembra (duvido que não) eu fiz uma crítica negativa da série Realeza Juvenil ano passado, mas a partir de certo episódio, comecei a perceber o nível do autor: Nível de quem veio para lacrar.


O piloto começa com um flashforward da briga entre as famosas Marina (Alice Wegmann) e Sophia (Ágatha Moreira), quebrando tudo, só faltando o extintor pra apagar o fogo. Em seguida, conhecemos a voz da gossip girl brasileira (vivida por Marina Ruy Barbosa) dando as boas vindas para quem chegou agora aqui no Rio de Janeiro.
"Está disposto a vender a sua alma para os fofoqueiros e se tornar parte da Realeza Juvenil?"
Diabo mudou de nome e ninguém me avisou. Chateada.
Vai fazendo quadradinho de 8 até embaixo porque você tá no Rio...Chorem, peoples!

Separando em pontos negativos e positivos, analisei de cabo a rabo, confira:

PONTOS NEGATIVOS:

1. Nada contra o uso de diversos termos técnicos, mas pra muita gente, "chicote" continua sendo uma corda entrançada ou tira de couro terminada em ponta e presa a um cabo para fustigar animais (cavalos) e também seres humanos (pensei em alguns aqui, sério), segundo o Wikipedia. Se já é difícil fazer alguém entender o que é roteiro, imagine todos os termos técnicos? CHICOTE, portanto, é quando a câmera se desloca rapidamente para outro ponto da cena (uma porta, janela, alguém debaixo da cama...). É possível trocar a maioria desses termos utilizando apenas a pontuação e o parágrafo.

2. Então o bonitão do Fred (Hugo Bonemer) trai a diva Sophia, é alvo da NRJ e manda um "Sophia, basta você perdoar!"? Tudo bem que me parece um relacionamento aberto, mas ele traiu, sabe que a NRJ não facilita, conhece a boa bisca da Sophia, e "Basta você perdoar"? Achei ofensivo, sério.
Sem contar que a garota não se importou com o que os outros iam pensar sobre aquela discussão. Aí me baixa um Marcelo Rezende aqui um instante e eu te pergunto: Não era ela que queria ser a rainha do baile? Rainhas do baile zelam por sua reputação e mostrar seu lado frágil não tá na cartilha, querida. Melhore.


3. Marina é vítima de pó de mico, se coça tanto que rasga o vestido caríssimo dado pela víbora da Samira (Juliana Paiva) e ainda satura a pele. Pois bem, isso não a impediu de tacar um beijo daqueles em Fred só pra provocar a Sophia. Teve tempo e disposição. É PÓ DE MICO, ENTENDE? Coça até a alma. Pelo menos imagino...

4. Achei estranho o Fred mal chegar no colégio (atrasado porque tava marcando uma dentro com a amante) e na cena seguinte, já tá jogando futebol. Parte para a seguinte, é Marina fazendo um running básico e tendo o desprazer de reencontrar o Léo. Mais pareciam cenas soltas, desnecessárias, não sei. Cenas dignas de um 2º episódio? Talvez. Senti falta de uns takes da cidade, talvez da favela pra quebrar o clima da elite carioca.

5. Alguns diálogos me cansaram, sério.

MARINA; Me chamo Marina.
LÉO: Eu sei
MARINA: Não é difícil descobrí-lo.
LÉO: Pois é.

Mas tudo bem, o ator (Guilherme Prates) que o interpreta não ajuda muito, né? Até eu ficaria sem muitas palavras.


PONTOS POSITIVOS:

1. Curti a ideia de mostrar o passado de Marina e a perda do seu namorado, aliás, revelar o ponto fraco das duas bitches de Saint Patricks para que tenhamos pena e, ao mesmo tempo, ódio me torna bipolar. Quando leio qualquer obra do JP Tusset (até porque qualquer uma tem assassino, muito sangue, brutalidade em todos os aspectos) me sinto meio violenta, ansiosa pelas partes principais. Quando termino de ler, já não sei mais quem eu sou. Se bem que depois das duas da manhã, não sou ninguém mesmo.


2. Não encontrei erros de português e nem de roteiro! Aliás, impecável do início ao fim, página bem estruturada como todas da Webtv, lindo banner, abertura diva - alguém tira Dice por Aí da minha cabeça, por favor? - e um trabalho que me foi entregue muito organizado, limpo, uma coisa que só tinha visto nas obras de JP.


Dizem por aí que o Emerson Faria  aprendeu muito rápido. Ninguém quer uma crítica negativa pra ficar apenas gargalhando, se cagando de rir. Povo quer conhecer sua opinião para aprender de verdade, senão, terão a impressão de que a sua obra serve apenas para saco de risadas (algumas até servem) e acabam ficando na mesma.

Meus parabéns ao Emerson, e tenho certeza de que continuará lacrando... Por aí.


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