Primeiras Impressões | Amores Adormecidos

Cristina Ravela
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E aí, minha gente linda e perversa desse mundo virtual! Prontíssimas para mais uma review? Hoje quem vai entrar na faca será uma novela meio episódica da nossa querida emissora TVN. João e cia, aquele abraço de urso, irmãos!


Primeiramente, quero falar sobre a abertura dessa novela chamada Amores Adormecidos (de Allan Sab) que me tocou profundamente. Sou emotiva, vocês sabem, até aquele comercial da Becel me cativava tanto que, tipo, nem sei. Ao som de uma música latina, a abertura, contendo fontes que me fizeram forçar a vista, até que foi bonita, forte, expressiva. Estava tudo indo muito bem, até ela ser fechada nos olhos de uma mulher logo após a logo sumir. Achei brega, sério. Vamos ao que realmente interessa?

Sinopse:
Miranda Albuquerque (Maria Fernanda Cândido) é casada há anos com Roberto, mas, esse casamento se encontra em crise, após o desaparecimento de seu filho Lucas. A filha do casal, Sofia, é modelo da agência Summer Days. Após um incidente que abala a Família Albuquerque, Miranda conhece Lorenzo, que é  o médico que se compromete a salvar a vida de Roberto, porém, o mesmo não resiste e morre nos braços de Lorenzo, e o pai de Sofia implora que o médico cuide de sua família. Porém, a partir desse acontecimento, Lorenzo acaba se apaixonando perdidamente por Miranda, mas, Sofia acaba apaixonando por Lorenzo. Formando assim, um perigoso Triângulo Amoroso.

A sinopse foi surrupiada do site, então me absolvo de qualquer erro que aí estiver...

Pra começar, odiei o título, sérião. Mais brega do que Raíza - O futuro lhe pertence, mas que graças a Deus resolvi abolir o sub título, porque Deus é mais. A trama foi muito anunciada pela porta do inferno vulgo grupo do whatsapp, mas de cara senti cheiro de flop. A sinopse podia ter sido melhor trabalhada, porque parece uma confusão de situações para culminar em algo muito simples: Um triângulo amoroso by Verdades Secretas.
Percebi, de cara, o quanto que o capítulo me pareceu episódico. E não! Não tem nada a ver com o furacão Berço de Lobos. Acontece que utilizar "Ato de abertura", "primeiro ato"  e por aí vai, são indicações tão de séries e filmes que achei bem louco, viu.

O autor levou tão a sério o estilo roteiro que saiu disparando termos técnicos a torto e a direito. Sério, eu tinha que reler a cena para entender. Releia comigo:

"FLASH FORWARD. CENA 01. PISCINA. EXT. TARDE
SONOPLASTIA: THE XX - ANGELS
CÂM TRAVELLING. FOCO no interior da piscina. CLOSE. Um corpo
mergulha quase boiando. DOLLY IN. A CÂM enquadra no rosto da mulher morena, com
cabelos longos todos bem repartidos pela água. ZOOM OUT. A mulher vai chegando
ao fundo da piscina, enquanto, aos poucos a CÂM vai se afastando. DISSOLVE.
MUSIC FADE"

Olha pra isso, irmãos! CAM TRAVELLING indica que a câmera se desloca de forma horizontal. Pode ser acompanhando o andar dos atores, ou menos dando uma rasante por entre as pessoas até chegar ao seu destino. Então você imagina que essa CAM "caminhou" até a piscina, MAS o que vimos até então? Roupas espalhadas pelo chão? Talvez bebidas pela metade indicando que a noite foi longa? Não, fomos jogados diretamente na piscina. Com FOCO, CLOSE e DOLLY IN na cara da mulher boiando. E talvez o pior foi "cabelos bem repartidos pela água". Não façam isso, companheiros.

O texto estava cansativo, tanto pelo excesso de vírgulas quanto pela falta dela onde se fazia necessário. Diálogos que deveriam ser interessantes, mas o autor tentou buscar uma linguagem inteligente e acabou derrapando. O que foi aquele diálogo entre Miranda e Roberto? Sofrível.

"MIRANDA (irritada): Novamente... Novamente estou eu aqui me
desgastando... Falando novamente de seu ego e egoísmo... Será que você não
consegue crescer... Minimamente em pelo menos um ato que não deixa pelo menos
visível... Que você não liga mais, para essa família... Você não consegue
deixar isso um pouco invisível... Nem diante, as expectativas dos sonhos da
Sofia/"

Alguns outros pontos negativos a serem destacados:

1. Tradução no meio do diálogo foi péssimo. Eu abriria uma legenda logo abaixo. Bem chic.

2. Cabeçalho é lugar para local e temporalidade e não para uma transição (Flash-forward, stocks shots, planos gerais...).

3. O autor repetiu a palavra "ante" três vezes num único parágrafo, na cena 3. É de chocar o ovo ante a galinha ou não é?

A trama tem um enredo bom, terminou num gancho interessante, mas se fossem observados todos esses erros, diminuídos os recursos de roteiros, tornando-o mais ágil e dinâmico, além, é claro, do autor ficar atento à pontuação,
certamente,
provavelmente,
DE LONGE ATÉ,

seria um capítulo ótimo.


Abraço, povo!

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