Primeiras Impressões | X-23 é simpático, mas um certo quarteto surpreende

Cristina Ravela
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Baseado na obra "All-new Wolverine" e na personagem criada por Craig Kyle e Christopher Yost, a série X-23 estreou pela ON.TV

Oi, gente, ultimamente eu quase não tenho postado, né? É que eu estou que nem o Julius: com dois empregos.

A vida não tá fácil, garota.

Mas enfim, o post de hoje é a review que todos amam, mais precisamente as primeiras impressões da série X-23, de João Paulo Ritter, cujos personagens são da Marvel. Roda a sinopse, equipe!

X-23 é baseada na primeira saga de Laura Kinney (Naomi Scott) — um clone, filha de Wolverine — que herda o seu traje e o nome do pai, morto misteriosamente. Laura descobre que estão criando clones dela e decide dar um basta nisso tudo. É quando um dos clones de Laura a procura.
Eu li as 28 páginas de uma estrutura de roteiro que acho fluída, e quase fui para trás depois.



O quarteto de erros na série X-23

Problemas de vírgulas, narrativa confusa, falta de dramaticidade e falta inteira de revisão. Antes que alguém venha dizer que eu não sou formada em Letras, que tem que criticar a estória (para pessoas que já me criticaram nisso, ok?), é bom saber que nem ligo.




Vejamos os 4 erros mais encontrados em X-23 (o quinto pode ser o ponto positivo, fica grudado aí).

  • Narrativa confusa

Tudo começa mostrando Laura na estrada, à espera de seu pai, Wolverine. Em nenhum momento é identificada a idade de Laura. Eu só me dei conta de que ela era uma criança, que a cena era um flashback já na cena seguinte. Gente, eu nunca nem li nem assisti Wolverine. Sei de nada. Trata-se de uma 1ª temporada, portanto, preciso de certos detalhes.

Laura, na fase adulta, comanda uma equipe de mutantes quando é chamada para uma missão: proteger Daniel Chandler, filho do homem que criou as clones. Daniel está em Paris, fugindo das clones perigosíssimas. Laura e Warren/anjo chegam a bordo de um X-jato cuja intenção é conversar com Daniel, na camaradagem.

O problema é que o cara, mais assustado que eu ao ver o preço do Renew, tenta fugir, achando que Laura é um dos clones. A filha de Wolverine luta contra os seguranças, dá umas unhadas básicas, mas a narrativa teve alguns problemas: "Ela dá uma rasteira rápida no SEGURANÇA No3 que correu para sua frente e em seguida levantou sua perna a altura da sua cabeça, acertando o peitoral do SEGURANÇA No4[...]".

A cena ficou confusa. Precisei ler duas vezes para entender que quem levantou a perna foi a Laura. Faltou o chamado ordem fílmica, já que o segurança 3 devia aparecer primeiro: "O SEGURANÇA No3 corre em sua direção e leva uma rasteira rápida de Laura. Em seguida, ela dá uma pernada no peitoral do SEGURANÇA No4".

Observe que a frase modificada NÃO ANULA o sentido da frase do autor, mas torna mais ágil. A leitura precisa ser fluída, porque se você detalhar demais certas cenas, o leitor acaba perdendo um tempo para assimilar a cena.

Percebendo os detalhes...


Outra cena que merece atenção é quando você adianta o futuro:
LAURA está vestindo um sobretudo, enquanto WARREN/ANJO espera para apertar o botão que abrirá a porta que no final servirá como ponto que os levará do X-Jato para a pista de decolagem do aeroporto.
Não se preocupe tanto em explicar e enfatizar alguma cena para um futuro próximo. Apenas mostre. Roteiro é algo presente. Se você consegue fazer uma pessoa entender, outras 3 ficarão confusas. O ideal é ser objetivo.

Se o personagem encontrar uma chave, não escreva: "a chave que salvará o príncipe bonitão do castelo tal". Antes de você chegar ao castelo, tu já brochou, sério. Prefira escrever: "fulano encontra uma chave (detalhe a chave, se achar conveniente) e a admira por um tempo. Guarda, curioso".

  • Problemas de vírgulas
Deixo aqui alguns prints. Solta as imagens, comandante Hamilton:




"já está de dia, é de tarde para ser mais específico". Seja específico no cabeçalho, por gentileza. 

E excesso de vírgulas ao narrar o Daniel nu? Quando vi o segurança, já achei que ia rolar coisinhas 18+ na tela da ON.TV. 


"[...] as informações sobre ele que foram entregue quando ela puxa do fundo do pacote um pedaço de pano que um dia já fez parte de uma camisa".





"Ah, um livro de Isaac Simov". O escritor de ficção científica nera Isaac Asimov?





Ah, pronto! Lá vem as vírgulas madames e intrometidas!

  • Faltou dramaticidade
Dramaticidade é o lado dramático da trama. Olha que conclusão bonita que nós chegamos! É ele quem vai determinar se amamos ou odiamos o personagem, se o cenário em que ele se encontra corresponde ao drama que tentamos passar sobre a sua trajetória, se nos apegamos a ele o suficiente para cair no chão ao descobrir sua real identidade, e por aí vai. X-23 falhou em um dado momento.

Gostei dos flashbacks suaves, as cenas que mostravam uma Laura impetuosa, mas o problema é que Laura comandava um grupo de mutantes, e foi à Paris sem nem ter um plano de ação. Isso tudo sabendo que os seus clones estavam indo atrás de seu alvo. Ok, ela age com raiva, quer fazer como o pai, mas não achei justificável.

E o que dizer do Wolverine gaúcho? Achei bem estranho, visto que ele é o único que manda uns "gurias" para Laura. Nada contra, tá, gente? Mas é tão estranho quanto a falta de sotaque dos portugueses em Tempo de Amar.

  • Faltou revisão
Em todo o texto a revisão passou longe. O próprio autor revelou isso e lamentou o ocorrido, mas acho que os meus olhos lamentaram mais, vejam alguns:

lonte > longe
acime > acima
espelhado > espalhado
de vagar > devagar
LAURA está andando com presa > pressa
só estou dando uma olhando pela vizinhança > olhada



Não façam isso, crianços. Não entreguem um trabalho sem passar pela peneira, porque se passando você ainda encontra erros em Anti-Herói, imagina não passando? Fica a reflexão.

O que há de bom em X-23?

Algumas cenas ficaram boas, como a cena 15 em que Laura e Warren/anjo estão na cabine do piloto, o frente a frente com Daniel e a suposta morte de Laura. A estória em si é boa, tem pegada de ação e personagens que podem agradar aos fãs da Marvel.

Contudo, não são elementos suficientes para camuflar o que vi. X-23 podia trabalhar melhor o roteiro, encontrar formas de narrar sem estender as cenas em detalhes não importantes, mas principalmente cuidar da revisão.

Essas foram as primeiras impressões da série X-23. Gostaria de uma review? Encontre-me no facebook, link aqui embaixo.




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