"Não precisamos 'seguir a maré' só porque algo está na moda", avalia autor de Eu,Kadu

Cristina Ravela
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Francisco Siqueira fala sobre a série Eu, Kadu e as expectativas para a nova temporada, no CyberTV.

Uma das promocionais de Eu, Kadu feito por Isa Miranda

Uma trama focada na vida e conflitos de um jovem de 17 anos, que acredita ser possível esconder sua homossexualidade do mundo, até se apaixonar pelo melhor amigo, Matheus. Assim é a série do CyberTV, Eu, Kadu, de Francisco Siqueira.

Quem acompanhou a trajetória do jovem Kadu se deparou com uma narrativa em primeira pessoa, um estilo interessante por parecer um testemunho do narrador, um desabafo, uma entrega de sentimentos. E o autor escreve e descreve em um texto muito rico de emoções, tornando a homossexualidade e os conflitos internos temas inerentes às obras de Francisco Siqueira.

Que coisa linda que acabei de escrever, né, minha gente? Um olho em Tom Hiddleston e outro aqui dá nisso mesmo.



E pra ficar melhor ainda, o BDZ traz uma rápida entrevista com o autor sobre o enredo de Eu, Kadu. Desce aí, povo!

"Não pensei que chegaria tão longe com a narrativa de Kadu"


1. Quais eram suas expectativas quando você começou a escrever Eu, Kadu?

R: Confesso que sempre que inicio um trabalho, e “Eu,Kadu” é o meu terceiro para a Cyber TV, o grau de expectativa oscila de um extremo a outro. Gelo e fogo se combatem e eu não posso fazer nada além de confiar na história que irei contar e, decerto, em seguida torcer, mas torcer muito para que alguém possa gostar.                                 

Não pensei que chegaria tão longe com  a narrativa de Kadu, uma exposição de certa forma individualista que o personagem faz de si mesmo em praticamente 90% do texto.

Um monólogo interior alicerçado em um texto literário que não predispõe de grandes reviravoltas, e que expõe um adolescente com qualidades e defeitos, que não esconde (ao menos para si) as frustrações que carrega; inteligente, estudioso e com um ponto de vista bem peculiar e até mesmo maduro para alguém com a sua idade em contraponto à ingenuidade e inocência naturais que fazem parte desta fase da vida, que fazem parte do crescimento como ser humano.                                       

Enfim, a tensão inicial e que ainda permeou meu trabalho só “descansou” quando dei o ponto final no episódio 12, imbuído de uma emoção de dever cumprido e de uma saudade que, espero, poder compartilhar com todos que puderam conhecer o “Kaduzinho”.

Thimotée Chamalet interpreta Kadu
Tom Hiddleston. Pra ninguém se confundir, claro.


2. Qual a principal mensagem você conseguiu passar aos seus leitores?

R: Kadu é um jovem homossexual que decidiu guardar para si sua orientação sexual, e ele acredita nessa possibilidade (e talvez até tenha certa razão para fazer isso) mesmo vivendo em um mundo onde é “fashion” ser gay, porém fica claro o quanto essa decisão o incomoda e torna-se insustentável quando se descobre apaixonado pelo melhor amigo.

Em paralelo vemos alguns fatos que rodeiam e também fazem parte do seu universo: ele teve uma experiência sexual aos 15 anos com um homem mais velho e que lhe deixou um trauma, a priori, guardado num canto qualquer do seu coração sem grandes consequências, mas que no episódio “O amor e outras drogas”, ele expõe (para o leitor) o quanto isso o machucou e sabe-se lá porquê, decidiu não revelar a ninguém, afinal, no caso em questão, uma relação que acabou sendo abusiva. Detalhe, o tal carinha é o futuro cunhado da sua irmã mais velha.



Outro tema tão em voga nos últimos tempos também é levantado na história: o bullying, algo que Kadu não consegue lidar de maneira direta e que acaba sendo o estopim para a sua transformação, o início do fim da sua relativa ingenuidade.

Enfim, acredito que tento deixar mais de uma mensagem em “Eu,Kadu”. Começando pelo fato de que não precisamos “seguir a maré” só porque algo está na moda. A de que devemos tentar, sim, lidar e encarar de frente nossos sentimentos, que não podemos viver para agradar às expectativas alheias e, principalmente, que não podemos nos calar diante de determinada violência física ou moral.

3. Eu, Kadu vai ganhar nova temporada. O que podemos esperar da nova história?

R: A primeira temporada termina com Kadu sendo confrontado pelo melhor amigo, o qual ele acredita ser a razão do seu afeto, Matheus. A reação de Kadu quando descobre que a “muralha” que criou para que ninguém soubesse da sua orientação sexual, é tão frágil como um cristal, é a de ficar possesso, irado, acabando por protestar da pior maneira possível diante do apoio e da compreensão ofertadas por Matheus: com imaturidade e violência, inclusive diante do fato de Matheus pressioná-lo para que confesse os seus sentimentos, uma consequência direta da cena do beijo que acontece entre os dois. Não há outro jeito, na segunda temporada vamos ver Kadu tentando lidar com essa realidade, mas não necessariamente assumindo sua postura homossexual, ainda na vibe da resistência.

Também vamos conhecer Vinicius Kenji, um jovem estudante de medicina de 23 anos que no final da temporada 1 surge através de mensagens de WhatsApp querendo conhecer Kadu pessoalmente depois do primeiro contato que fizeram numa sala de bate papo virtual, e será ele que mostrará a Kadu, ou tentar, de que existe a possibilidade de ser gay e amar sem culpas, dramas, mesmo resistindo às investidas de Kaduzinho em querer levá-lo para cama.

Foi ontem, amigão

Teremos a notícia do final do noivado de Maria Clara, que aceita o rompimento de Gustavo sem uma justificativa plausível e Kadu vai tomar as dores da irmã, partindo para descobrir o que houve até que se depara com algo não muito agradável.

O amor (ou paixão, ou fixação) por Matheus, sem sombras de dúvidas, vai estar presente.
Ah, e Kadu vai acabar reencontrando Gabriel, o quase cunhado da sua irmã, e que foi o seu primeiro amor e sua primeira e traumática relação/experiência sexual...
Ahhh, e a Brenda não pode faltar, né? Tá bom não? Espero que Kadu possa agradar em 2019. Um grande beijo no coração de todos!

Banner da segunda temporada de Eu, Kadu sugere um triângulo amoroso

Como você pôde ver na entrevista, Kadu (Thimotée Chamalet) vai conhecer Vinícius (Dylan Obrien) e perceber que o mundo não gira em torno do Matheus (Ansel Elgort).



Segundo fontes escorregadias, o banner acima pode sugerir um triângulo amoroso. Isso vai depender do Matheus, já que o leitor descobriu no final da série que ele já sabia que Kadu tinha olhos para ele, e mais do que isso, um beijo aconteceu, amigos!

Esses dois eram tão apaixonantes


Gente do céu! Que bruto, não gostei, mas quem me dera...

Os fãs estão inconsoláveis pelo fim da temporada da série, mas Francisco Siqueira garante que Eu, Kadu voltará apenas em 2019. O autor também escreveu Inimigos e Um Homem Singular em 2017 e foi um dos premiados pelo TMV2018.

Se você curtiu este post sobre Eu, Kadu e acompanhou a história do jovem vivido por Thimotée Chamalet, não deixe de comentar aqui ou no grupo do Facebook.

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