Review e apresentação | Conheça o novo colunista do “Blog da Zih”!

Batman
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A todos os que visitam este blog e adquirem dele boas notícias, diversão e entretenimento, apresento-me. I’m Batman! Sou mais um, dos encarregados a levar tudo isso a vocês. Talvez, não de uma forma jornalística, mas de uma forma específica: digníssima Cristina Ravela me contatou para afiar as garras do "Blog da Zih" no mundo virtual. Falar nisso, você deve estar pensando que serei mais um crítico. Errou. Não sou mais um crítico; sou a participação especial. Escreva bem, enquanto eu possuir a oportunidade de ler seus roteiros.

Sem protelarmos, vamos ao que me trouxe aqui. Recebi um pacote de obras recém-estreadas ou lançadas há algum tempo no mundo virtual. Sabemos que a leitura está cada vez mais precária e escrever é o melhor remédio pra quem também acha que sua trama não é lida por ninguém. Mas se aventurar no mundo a la Coringa não é nada agradável para os perceptíveis aos erros e docentes na arte de escrever. Abro a crítica de “Obsessão Compulsiva”, série da “emissora” Unbroken Productions, assinada por Everton Brito, com tais palavras.

Estranhou? Essa série já foi criticada? Conheça o olhar de Batman!


A estória de “Obsessão Compulsiva” é clara: duas mulheres, Desirée (Anne Hathaway) e Cecília (Megan Fox), no contexto de um assassinato. Com Jesus Luz à pele de um personagem artificial – muito artificial –, o roteiro deveria avultar ao longo da trama, já que conta com uma estória de suspense. A mistura entre o estilo citado mais o drama, em que as duas personagens lutam pelo amor de Alejandro (Jesus Luz) e, em pano de fundo, um assassinato acontece – assassinato, esse, que destrói a obsessão de ambas pelo personagem – é, no mínimo, um desvario, afinal, perguntamos-nos: quem morreu? Quem matou? Por que a paixão acabou? Por que estou lendo essa série? Iniciamos à série sem saber absolutamente nada, além do clichê de duas pessoas lutando pelo amor de outra. Realmente, é um caso compulsivo, querer ler.

A Língua Portuguesa, ao longo dos anos, foi adquirindo muitas regras, mas nenhuma alterou seu sentido básico de formação de palavras e suas regras ortográficas, fundamentais para o desenvolvimento de uma escrita correta. Mas Everton não teve aula de Português na escola; essa é a única explicação para erros como (retirados apenas da sinopse da série):

A) “Mais quem será o assassino” – uso do advérbio “mais” de forma errônea. A conjunção “mas”, seria o certo.

B) “Alejandro (Jesus Luz) esse homem que encanta” – a expressão “Alejandro”, que funciona como vocativo, deve ser posposta de vírgula.

C) “Então façam suas apostas, a busca vai começar” – a conjunção conclusiva “então” pede vírgula posposta a ela.

Partindo pro roteiro, no episódio um, intitulado “Onde tudo começou”, lemos, de cara, uma frase temporal. Não que me incomode muito, mas de acordo com os termos de roteiro, é fundamental a inserção da palavra LETREIRO antes de escrever o anúncio de local/data/etc. 

O uso consecutivo do artigo “Um” e suas derivações, ao longo do texto, é detestável. Em exemplo, “Uma mulher está prestando depoimento sobre um assassinato. Ela foi a assassina.” – a primeira linha, pós cabeçalho. O que se subentende? Que o uso do artigo feminino serve, exclusivamente, para manter o mistério ao público sobre quem é o personagem. Entretanto, na primeira cena do roteiro, já surge o nome de Cecília. Qual a utilidade do artigo? Enfim. Prossigamos. Logo à frente, o autor dá início a um flashback, revelando o assassino, citado na estória, e o assassinado: Alejandro fora morto pela arma de Cecília. A cena é a pior do episódio, que, por si, se resume nisso. Logo à frente, temos a falsa, confusa e má elaborada cena de “impacto” de “Obsessão Compulsiva”, que deve ser menor que esta resenha; trata-se de Desirée, que anuncia que a verdadeira assassina é ela, confrontando sua rival. Porém, esse confronto não se dá de forma contínua, prestes a formar o clímax; acontece de forma relaxada, desgastada, com falas curtíssimas e uma apelação pro mistério daqueles...! O autor, em si, não deve saber o que ele escreve e, muito menos, o que publica. No tocante a estória, não existe e as falas estavam, simplesmente, espalhadas numa página papagaiada, sem emenda, continuidade e ar de profissionalismo, o que exibe qualquer roteirista. Inclusive, o primeiro episódio acaba nas seguintes falas:
CECÍLIA - Essa história não acabou ainda...
DESIRÉE - E eu sei.
CECÍLIA - Alejandro era só meu, eu tinha o direito de matá-lo!
DESIRÉE - Não esqueça que antes de você, ele tinha uma noiva que inclusive ia se casar com ele, mais eu atirei antes dele dizer sim.
DELEGADO - Chega! Eu quero saber dessa história desde o inicio, onde tudo começou.
DESIRÉE - Então começa por mim.
Eu não sei o propósito do autor e da emissora com essa coisa patética, que transforma em carnaval algo muito sério, que é a produção de um roteiro para um público, mesmo que virtual, amante do gênero. Não se trata da famosa frase: “erros acontecem”, mas de “vergonha na cara é fundamental”. E eu não queria terminar a resenha jogando esse balde de água fria no autor e ir embora; gostaria de jogar um, cheio de pedras de gelo, na emissora, que acha que está no ar pra ser, simplesmente, uma emissora. Não está. Está para contribuir com boas obras e isso não é análogo à ideia de ter grandes autores, mas prepará-los, seja com um curso ou o que for. Infelizmente, cada emissora tem a crítica que merece. Cada autor está na emissora que consegue entrar. Cursos online, gratuitos, são fundamentais para o crescimento de uma pessoa que visa um futuro como atuante da área; não, simplesmente, um “falso sucesso” numa rede virtual.

De 0 a 10, “Obsessão Compulsiva” está longe de ser o que o nome incita e recebe 2,5 pela surpresa sobre quem era a assassina – no caso, uma dúvida. Peca nos diálogos, na falsa estrutura de roteiro e pela incrível marca de apenas UMA cena, em todo o episódio. Ah... Eu não ia falar, mas Cecília só caberia no papel da tia da Megan Fox.

Pelo menos tem uma coisa que Coringa e Batman concordam: impossível, achar algo bom nesse mini-mini-piloto.

Até logo!

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