Review de Fire Nation | Estrela da noite ou vendaval?

Batman
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Pra quem acompanha a WebTV, sabe que a emissora tomou Whey Protein e deu aquela qualificada de uns anos pra cá: saiu daquele açúcar mexicano e passou a suplemento de “maromba”. E a prova disso é a remessa de séries, novelas e até filmes que a emissora tem exibido e, não só isso, fazendo com qualidade.

Nada que não se tenha percebido, nossa review, hoje, vai para uma série da emissora. Estreada recentemente, “Fire Nation” é escrita por Ethan Mercer (o protagonista da série), e é a estrela da noite.
Ou seria vendaval?


A história revolucionária contada pelo autor leva-nos a um futuro bem distante, onde Estados Unidos da América não existe mais, virou tal de Endmerica, e ela está subordinada a um governo fascista, comandado por Richard. O problema é que um dos revoltosos ao governo, Ethan Mercer, parece ser filho do chefão do mal. Isso indica que um sairá morto dessa história, visto o anseio de ambos por estarem no poder. 

O problema de uma história desse timbre, basicamente uma distopia, é que a descrição tem que ser o principal elemento do texto. Isso se dá, principalmente, porque o autor trata de uma sociedade que ninguém conhece. É muito maior do que apresentar uma mansão ao leitor, que já deve ter visto tal estrutura em algum lugar. Mas uma temática como a de “Fire Nation”, exige crucial cooperação do escritor para com a imaginação do leitor, que não tem a mínima obrigação de saber imaginar aquilo que nosso nobre autor transcreve, ansioso, para sua folha no Word.

Aliás, na última frase do parágrafo anterior, perceberam certa “enrolação” por minha parte para descrever que o autor escreve algo no Word? Pois é. Descrição tem disso. Não pode ser exagerada e nem simplória. Entretanto, a descrição sobressai demais em “Fire Nation” e tem que ser ela, a capaz de me fazer entender aquilo que o autor quer contar. Mas, infelizmente, deixou a desejar em alguns momentos.

As primeiras descrições do texto são muito complexas. Trata-se de avenidas, muitas pessoas reunidas, certa poluição gráfica. Visto isso, o autor poderia ter trabalhado com sequências, enumerado as cenas, feito qualquer toque na organização, que a fizesse sobressair à embolação que se tornaram as primeiras descrições. Sinceramente? Tive que voltar a ler durante muitas vezes. E eu detesto isso.

Entrar no ritmo da trama é uma coisa, outra coisa é abandonar qualquer limite. E parece que o autor se empolgou na guerra e foi descrevendo. Palavras complexas para uma descrição já complexa, descrições exageradas, que pouco importa a quem está vendo, movimentos muito rápidos nas imagens e (agora, atenção, você!) um verdadeiro TESÃO do autor pelo uso da palavra ÂNGULO, não deu certo. Gente, to falando sério! Não é porque você entende de técnica, querido, que você tem que me provar isso no roteiro. Eu vou saber. É natural. Eu, sinceramente, acho exagerado saber o ângulo exato da câmera – se está em baixo ou em cima do cotovelo, da orelha esquerda, da unha que encravou na semana passada... Acho, sinceramente, um siso: não serve pra nada!

Também gostaria de lembrar ao autor – mais um – meu problema com corridas. “Num oferecimento de Robin: Fire Nation!”. É extremamente espantosa a falta de pontuação no texto da trama. O autor quer, simplesmente, sufocar alguém lendo o texto, no qual, definitivamente, NÃO EXISTE PAUSA. 

Exemplo:
Elza desliga o celular e pega uma bolsa correndo até a porta quando escuta um barulho de alarme vindo de fora.
Ufa, né? E essa mesma situação repete-se durante todo o texto...

Continuando...
Durante muitos momentos enrolei-me. Aconteceu porque não gravava muito bem os personagens e suas aparições eram tão rápidas que eu nem sabia que tinham aparecido. E isso não é bom. Acho que seria válida uma narração, takes da guerra, explicando a situação da história, assim que se encerra o TEASER e inicia-se o ATO 1. Daria mais claridade ao leitor.

Entretanto, o fim do ATO 1 é, simplesmente, fantástico. Aliás, a história de “Fire Nation” é bacana; é nova aqui no mundo virtual, e inova por isso: porque consegue trabalhar em um assunto complexo, em um roteiro muito difícil e em personagens muito maleáveis, que são feito peças: encaixam-se perfeitamente em alguns momentos e em outros nem tanto. Gostaria de parabenizar pela idealização. Além de ser um tema que me agrada muito, eu nunca tive coragem para escrever algo decente a respeito. E tudo o que já disse aqui são erros cabíveis à temática e estão expostos para, simplesmente, fins pedagógicos.

Voltando aos ATOS... No começo do ATO 2, apareceu-me uma sensação estranha. A parte já começa com a morte do vice-presidente; é tudo muito rápido, o que eleva o leitor a um estado totalmente acelerado, que não deveria ser a primeira sensação de um segundo passo do episódio; e eu fiquei apreensivo quanto ao desenvolvimento e a justificativa do ato, que não passou de pura exposição. Talvez uma emenda desse ao ATO 1, daria uma estrutura mais justificável. 

Para finalizarmos, gostaria de ressaltar que o problema de Fire Nation é, justamente, a descrição. O campo de concentração, por exemplo, não desceu em nenhum momento. Assim como todas as cenas que se passaram lá. Foi uma verdadeira embolação em minha cabeça. E eu aconselho revisão, porque tem muita coisa estranha nessa parte do roteiro (21 anos após o flashback).

Último detalhe: da cena 40 pra baixo, no ato final, é um exemplo do próprio autor para sua própria obra no que tange as descrições.

“Fire Nation” é estrela da noite e recebe nota 8,7. Parabéns.
Até mais.


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