O novato deixou claro não ter medo de escrever em outro formato, em entrevista à TVN NEWS: "Detesto automatismos"
Boa noite, amigos e amigas deste Braseeeel!
No último dia do ano, a nova edição do TVN News contou comigo e mais dois leitores de Gato Preto para falar sobre essa minissérie da UP, que está mais rodada que alguns amiguitos meus, verdade. Também receberam Édy Dutra para falar sobre sua novela Escolhas da Vida, da WebTV, a trágica notícia de que João Carvalho deixou a presidência para Vítor Abou, para dedicar-se ao MEGAPRO, e muitas outras cositas que valem a pena conferir. Acreditem, o programa está melhorando.
Pois bem, aí teve um lance que causou estranheza nos bastidores; Juju Medeiros, nossa Mulher-Gato, entrevistou Alisson Baxter, autor da obra literária O Lobo e o Cordeiro, que será exibida pela TVN a partir do dia 6. Questionado se teria medo de arriscar-se em um mundo dominado por roteiros, Baxter, com um linguajar rebuscado, soltou a pérola:
"[...] acredito que a repetição desse formato, deve-se em um primeiro momento a facilitar a acessibilidade e clareza com que a história se apresenta; algo muito considerável dado o contexto de cultura canhestra e analfabetismo funcional [...]"
E justificou mais um pouco sobre o porquê não ingressar no roteiro: "Detesto automatismos".
Ótimo, deem roteiros para analfabetos funcionais lerem, amigos! Aquela história de que você precisa ter o hábito de leitura para desenvolver sua habilidade em compreender textos, nem de longe, referiam-se a jornais ou livros. Sim, livros, com textos mais complexos. O tempo todo eles referiam-se a somente roteiros de TV. Assim você se forma em roteirista e vai escrever sem compreender o que escreveu.
Mas pera! Acho que agora eu entendi o texto de Allison; Você nunca vai deixar de ser um analfabeta funcional se ler roteiro, porque, a meu ver, roteiro é para facilitar a leitura, não pra ajudar alguém a sair do grupo de analfabetas funcionais do país. Agora eu entendi...
Gente, 2016 precisava mesmo terminar assim?
Fomos atrás de depoimentos sobre o ocorrido, vejam:
"Se houvesse tanto analfabeto funcional por aqui ninguém sequer escrevia. Um texto literário reflexivo pode facilmente ser adaptado ao roteiro sem que se perca a tal complexidade a que se julga, assim como uma prosa. Formato não define a qualidade." (Diogo de Castro, ex-vice da WebTV, autor de Laços de Amizade)
"O fato é: não somos analfabetos funcionais. Sou formado em roteiro e, muito em breve, em Letras, e posso garantir que assimilar roteiristas àqueles que escrevem para a educação – e, no caso, para analfabetos funcionais –, é algo extremamente irreal.
É claro que cada um escolhe o melhor gênero textual para atuar; para escrever; para impactar – pois o objetivo supremo de escritores de qualquer coisa... quadrinhos humorísticos, suponhamos, é atingir o leitor. Ninguém aqui no mundo virtual recorre ao roteiro por ser o gênero mais fácil, mas porque gosta e vê emoção em cada linha." (Rafael Oliveira, autor de Seas)
"Eu não entendo esse povo. Estou há 8 anos estudando na área da educação. 5 anos como professor, desses, 3 eu trabalhei na educação de Jovens e Adultos, e até hoje é difícil descrever o que é analfabetismo funcional. Me vem um ser humano, que sobe num pedestal, desmerece a arte, a escrita alheia, por não pertencer a ela. Apenas por escrever com um vocábulo rebuscado. Me poupe, se poupe, nos poupe.
Admira-me muito que pessoas assim ainda existam. Rebaixar o modo de escrita de uns, para a autopromoção, meu bem, é coisa de gente frustrada." (Wesley Alcântara, autor de Poderosa)
"Vamos começar pelo didatismo, analfabetismo funcional, não seria a incapacidade de compreensão de textos simples? E Alisson diz justamente que roteiros foram feitos para analfabetos? Opa, temos uma divergência de texto na mesma ideia. Quando as pessoas, vão parar de querer tretar sobre roteiro versus literário? Querido, antes de querer arrotar suas opiniões por aí, se informe, pesquise, estude. Técnica realmente é pra quem sabe usar. Não sabe? Continue em suas opiniões vazias, que nada acrescentam no universo." (Ramon Fernandes, um dos autores de Berço de Lobos)
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| No caso, pra ESSAS PESSOAS |
E pra fechar, qual seria a razão de Alisson Baxter escrever literário em uma área que, além de ser focada em roteiro (não que você, autor de livros, não possa ingressar), também é focada no marketing? Por que não publicar suas obras no Wattpad? Claro, é porque lá a maioria, pra não dizer todos, escrevem a mesma coisa: Literatura. A intenção é fugir do automatismo, né?
Não desmereça o colega, amiguitos, seja por ele ter optado por roteiro ou literatura.
