Nessa semana a novela Tiro Ao Alvo de Luis Pinochet, estreou. Prometendo ser bem melhor que sua obra anterior, Três Diamantes, a novela conta a estória de Daiana que, após matar um mafioso culpado pelo suicídio da mãe, é vista como heroína. Só que a moça tem seu lado negro e não se pode chamá-la de mocinha.
Nota-se uma qualidade maior em sua escrita. Mais descrições, diálogos precisos (nem todos, alguns parecem apenas servir de preenchimento do capítulo) e poucos personagens apresentados.
O uso de cenas futuras com cenas do passado é um ótimo feito para nos fazer transitar entre dois momentos da personagem, mas a repetição de “UM ANO ATRÁS” acaba por confundir. Eu sabia que a cena no tribunal era atual, mas veio com a descrição de que aconteceu há um ano atrás. Na cena seguinte, a descrição se repetiu e eu sabia que era atual. Em dados momentos, parecia que a cena tinha anos e não apenas um.
Seria, neste caso, mais interessante se colocasse o ano exato do acontecimento.
Faltou descrição de emoções. Notei que a promotora Felícia não gostou da presença de dois seguranças, mas podia ter descrito o tom de voz dela, algo que desse veracidade.
Daiana é um tanto engraçadinha; Ela está prestes a roubar um cofre e pede que Deus a ajude.
Se ela conseguiu roubar graças a Deus, me chamem o 192 porque tô passando mal; É pra Ele que ando orando...G-zuis Amado!
O desenvolvimento foi rápido, mas não senti falta de algo mais. Poucos e pouquíssimos erros de português.
No final, levei um susto com Jhonni Romano, o principal suspeito de levar sua mãe ao suicídio. Ele permite a entrada de Daiana em sua casa, alguém que ele nem conhece e ainda a convida para um drink. Tudo bem que ele é um bandido, mas os bandidos também teriam um pé atrás com desconhecidos. Fiquei chocada. Daiana chega, troca umas palavrinhas e depois diz a que veio: “Estou aqui pra te matar”.
Com a frase anterior de Jhonni, Luis poderia ter feito Daiana responder com categoria sem precisar fazer uso do clichê.
Mas que novela não tem isso?
Apesar disso, vale a pena ler e conhecer um novo Pinochet.
