Analisando Temporada | The Circus

Cristina Ravela
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Boa noite, minhas caras e meus caros amigos.
Acostumada a fazer resenhas de pilotos, eu, aqui em minha humilde redação, resolvi analisar uma temporada inteira, principalmente porque o piloto dessa série 'causing a commotion nunca fora resenhado nessas dependências.  E eu bem que tentei, mas o tempo não para, by Cazuza.

Circo sombrio

Além disso, ao terminar de ler a 1ª temporada da série punk do momento, The Circus, percebi que, em meio a grandes falhas, sustos maiores do que o próprio palhaço proporcionou, e suspresas intermináveis, eu precisava trazer a temporada analisada para você.  Se você não quer saber de spoiler, pare por aqui, porque nesta resenha o assassino é revelado. É o que me cabe dizer.


João Pedro Tusset inovou ao trazer um gênero pouco, talvez nunca explorado no cenário virtual; Causar terror baseando-se ou inspirando-se em clássicos teens do cinema é, sem dúvida, uma jogada estratégica em meio a produções teens - que até onde tenho visto está se apagando Amém! - e adultas dramáticas ou ficção (as que estão ganhando terreno). Mas não foi tão feliz nessa estréia, apesar da bela tentativa, nas divulgações espetaculares e no enredo que me prendeu até o fim, afinal curto estórias com o clichê "Quem matou".

De cara temos a cena de Pânico, digamos, revisitada, onde Amanda Manson (Alexia Fast) se torna a primeira vítima oficial do palhaço macabro. Sem um pingo de suspense, Amanda é golpeada brutalmente. Suspense, ação, tudo se torna convincente quando se faz o uso certo da decupagem #fikaDica.

Vamos lá, Maureen Prescott (Christa B. Allen) , nossa protagonista chorona, e todos da série acreditam na culpa do namorado da vítima e ele acaba preso para aprender a não fazer palhaçada com os outros. Mas o cara se suicida na prisão, Maureen se sente vingada, e eis que a nossa mocinha recebe a primeira ligação de muitas do Mr. Clown:
“Dois coelhos com uma só cajadada. O jogo está apenas começando, Maureen. Ainda há muito sangue a ser derramado. Do seu melhor amigo, o Palhaço”.
Não se trata de Benjamim (Selton Melo) do filme não; É o palhaço assassino cruel que dá início a uma enxurrada de sangue derramado.

Através das mensagens robóticas do assassino você percebe que a coisa é pessoal, que ele usa a obsessão por Maureen para justificar sua matança. Até aí você acha tudo perfect, chega a pensar que o serial killer quer tirar todas as pessoas do caminho da mocinha, sejam elas amigas ou inimigas. Grande ideia, mr. Clown!
Mas aí a coisa começa a fugir do controle e até professores são atacados na maior selvageria.
Boa parte dos episódios são cobertos pelo drama do romance entre Maureen e Henry (Keegan Allen), e o suspense fica em segundo plano, principalmente quando Bianca (Hannah Murray) e sua trupe aparecem para tirar sarro da cara da 'Morri'.

O momento forçado da trama ficou por conta da cena hot hot entre Maureen e Henry. A mocinha tímida de 17 anos, alí, com medo da primeira relação sexual e, eu cá com meus botões, esperando uma cena romântica e cuidadosa e, PÁ! Presencio uma cena ousada, selvagem, oral, bem pornô, principalmente da parte da mocinha "com medo" da primeira vez.
E ainda tive de ouvir a heroína dizer ao mexicano caliente Ramón (Tyler Blackburn) que o filho que ela teria de Henry (sim, a selvageria rendeu) foi feito com muito amor. Oi?
Amor? A criança foi gerada com muito sexo, suor e lágrimas, isso sim. Com essa eu já estava esperando a aparição de um ET travestido de palhaço, mas como diz JP Tusset, "Deus é justo". Não vi ET algum.

Maureen, a puta medrosa, presta depoimento sobre a morte de Sarah Reed (Katie Frindley) - a ex-namorada de Henry - e garante ao delegado que, se tivesse oportunidade, teria matado a histérica. Em seguida, diz a Mônica (Michelle Forbes)  - sua mãe - que jamais mataria Sarah. Essa cena ocorreu antes da cena hot hot, suponho então, que ela já estava planejando o ato, por isso caiu em contradição.

O palhaço continuava com seus ataques. De professores a comparsas da vilã Bianca, tudo parecia ser motivado pelo prazer de matar. Quase todos eram suspeitos, com motivos para a chacina, pelo menos, motivos dignos de começar a entender.
Desde o início, meu foco era Dewey (Richard Burgi) - padrasto da heroína - querendo protegê-la dos inimigos, prejudicá-las, ele poderia ter fugido do controle, gostado da coisa. Muito The Walking Dead explica, talvez. Mas eis que o assassino estava prestes a ser descoberto.
Gisele (Brenda Strong) - mãe da sem coração Bianca - descobre o caso extraconjugal do marido Stevie (Callum Keith Rennie) com ninguém menos que Mônica. Gisele convida a senhora Prescott para um chá com a intenção de matá-la, mas amadora como ela só, é ela quem acaba surpreendida e morta cruelmente por Mônica, que se revela a palhaça.

O estranho é que, mesmo sabendo que Catherine (Sarah Michelle Gellar - a eterna Buffy) - a jornalista que foi morar com ela após sofrer um atentado do palhaço - estava atraindo seu marido, Monica não fez nada contra ela, apesar das diversas oportunidades. Fail?

No último episódio intitulado Halloween, Bianca descobre através do seu discípulo Léo (Chris Colfer), que Maureen estava grávida de Henry. Bianca ainda forçava o romance fajuto com o garotão pornô quando o segue pela floresta, que seguia atrás de Maureen, que ia resgatar sua mãe Mônica, que fingiu sequestro para atrair a garota e promover um suicídio coletivo. A essas alturas, Bianca já tinha descoberto que Maureen era sua irmã, mas o tratamento não havia mudado. Agora que vem a coisa estranha (outra). Num casarão antigo, Maureen resgata Mônica, e descobre que ela e mais dois, são os sócios da palhaçada (não revelo os outros, se quiser, leia a obra por completo).

Maureen e Henry alí, em perigo, e Ó, quem poderia ajudá-los? Chapolim Colorado? Superman? Wolverine? Não, meus caros Sherlock Holmes, é ninguém menos que Bianca! Possuída de raiva porque sua mãe Gisele foi morta e teve a imagem vinculada ao do palhaço, sendo que até então, a morte dela não a deixou tão abalada como devia. Estava mais preocupada na fantasia que supostamente a mãe escolheu para cometer as chacinas.
Bianca passa a defender Maureen, assim, revelando seu imenso coração quando era a chance perfeita de acabar com ela. Um dos palhaços persegue os três mosqueteiros pela floresta, Henry dá um xeque-mate num dos assassinos, mas acaba sofrendo um golpe grave. Enquanto isso, Bianca se atraca com Mônica e pede que sua nova irmã Maureen atire contra a própria mãe, mas a garota acerta Bianca. Fim de linha pra você, girl.

Já no finalzinho, temos Mônica, uma das palhaças sobreviventes, internada num hospício, porque ainda não inventaram uma clínica de internação para psicopatas.  Acabou dando no que deu; Mônica dá instruções a alguém não revelado para se tornar como ela, formando o delicioso plot para a segunda temporada, cujo primeiro episódio já li e aprovei.

E depois de terror, suspense, drama, sexo e ação, me deparo com um novo gênero que, segundo o autor, será destaque na próxima temporada: Sobrenatural.
Os espíritos de todas as pessoas que morreram, incluindo a de um palhaço, sorrindo emocionados pela homenagem prestada a eles no Parque Municipal da cidade de Endless Town. Detalhe: Todos de brancos...

É, caros amantes do terror/suspense, a série terminou parecendo uma piada, e o autor ainda garantiu que sua intenção não era passar nenhuma mensagem, e sim, entreter. Conseguiu tal feito, apesar das cenas surreais.

Bem, é isso. The Circus não foi a melhor série do ano, vacilou em vários pontos e, a série de terror se tranformou num misto de dramalhão com pornochanchada, falei. Mas inovou no gênero, me prendeu até o fim. De todo modo, valeu a diversão.

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