The Circus | Nada como uma temporada após a outra

Cristina Ravela
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De uma temporada recheada de cenas clichês, contraditórias e surreais, a uma segunda temporada mais madura.


Quando The Circus começou eu fiz uma resenha criticando a forma como João Pedro Tusset conduziu a história, querendo causar com cenas de sexo explícita, terror trash, e drama fraco trazido pela forçada mocinha Maureen (Christa B. Allen).
Nem mesmo engoli a vilã Bianca (Hannah Murray, melhor vilã pelo TIBDZ2013) com seus ataques e armações até o último episódio, quando faltando minutos para o gran finale ela foi tomada por uma bondade extrema, salvando a mocinha.
Não! Lendo o 2x01 - Eu Sei Quem Me Matou - essa má impressão passa longe nos levando a um cenário um pouco mais próximo da realidade, um suspense mais bem temperado, ainda que com diálogos toscos:

"CECE – (SORRI) Muito bem. Estava passando e te vi chegar lá da rua. E você? Tá diferente da última vez que a gente se viu...
MAUREEN – É, eu mudei muito depois do que passei sabe CeCe? Virei mais mulher."


Tinha que partir da Maureen, né?

O início é aquele efeito flash-forward (prévia do futuro) maravilhoso onde uma personagem chamada Lynn (Skyler Day), filha do prefeito, é perseguida e morta pelo palhaço vulgo Maureen Prescot.
Susto?
Saber que alguém vai morrer, sabe-se o autor quando, é tenso, principalmente imaginar o que levará a mocinha a cometer os mesmos crimes que sua mãe, outrora palhaço.
Na minha humilde opnião, tudo não passa de uma gravação do filme baseado no livro de Catherine Meyer (Sarah Michele Gellar) sobre os assassinatos em Endless Town. Afinal, Lynn é uma das personagens ao lado da famosa Cece (Victoria Justice), a primeira vítima da temporada. Foi mal por essa, hen JP, precisei falar, mas vê se não vai mudar em cima da hora, hen .

Destaque para a menina Madison (Bailee Madison) que consegue ver e conversar com Amanda Manson (Alexia Fast), a primeira massacrada da 1ª temporada. O suspense maior fica por conta do estranho encontro entre a morta Amanda e a palhaça Mônica (Michelle Forbes), mãe de Maureen e que está internada num hospício. Aliás, você percebeu como esse cenário anda constante no nosso mundo virtual? Primeiro foi Mônica; Depois em Raíza, com a heroína surtada e internada à força; Depois veio Chelsea (Victoria Justice) em New Stages. Parece que a nova onda é meter os mocinhos e/ou vilões atrás das grades...Do sanatório.
Mas enfim, o que eu estava dizendo, e fui interrompida por minhas lembranças, é que ninguém entende quem seria capaz de fazer a palhaça ficar tão animada. Você entende? A assassina e sua vítima divando num quarto branco, mórbido, enquanto conversam alegremente? Estou em todos os tons de bege.

E é nisso que o autor se destaca já de cara; Usando estratégia para segurar o leitor até o fim, mexendo com o nosso psicológico, mesclando suspense e terror com uma dose, até o momento, como podemos dizer? Bem dosado. Nos instigando a querer entender o porquê das coisas.
Além do roteiro ter sido melhor desenvolvido, o trabalho enviado para mim (sim, porque eu já tinha lido há um tempo, lide com isso) foi bem apresentado, apesar de não ter sido usado a fonte Courier New - a padrão para roteiros. A boa apresentação ajuda a me convencer a ler também, porque acredite, um texto mal formatado, sem indicação de cenas ou com erros risíveis de ortografia (acho que só são aceitáveis no ENEM) não me dão prazer em ler.

Parabéns a essa nova etapa do autor.

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