Segundas Impressões | The Last Of Us

Cristina Ravela
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AnnaSophia Robb é Emily
Quando The Last Of Us, de Clayton Correia, estreou pela Dreams TV, logo vi que se tratava de uma série inovadora para o canal. Suspense, horror e fantasia se misturavam a um enredo enigmático escrito em formato roteiro mesmo, e não em roteiratura como é costumeiro em emissoras como a Dreams TV. Mas ao seguir regras da tal emissora, TLOU se apresentou com alguns cortes, para evitar que o episódio se prolongasse. Inclusive, foi feita uma review à época, leia aqui.
Por esse e talvez outros motivos,  o autor saiu da emissora e ingressou na WebTV para ser feliz.

Entretanto, caros ladies and gentlemen, mesmo com esforço, a série cometeu alguns deslizes.

Vamos juntos?



Para quem ainda não sabe, The Last Of Us nos leva a estranha e fictícia cidade de Mirella, onde tudo de absurdo acontece, pessoas desaparecem, Michel Teló toca jazz, Xuxa se aposenta, Globo exibe novelas mexicanas, e a polícia não toma providências. A cidade não consta no mapa e a principal porta de entrada e saída fica por conta de um hospital, fortemente protegido por guardas do exército. É lá onde Emily vai parar após um acidente de carro, e não consegue mais sair da cidade.

Pois bem, antes de tudo, quero chamar a atenção da WebTV pela falta de abertura (ok, ainda relevo) e dos créditos finais com o elenco. Tá certo que fã que é fã sempre visita o blog da série favorita, mas ter que correr para saber quem é quem? É desgastante.

Já de cara, sugiro um revisor de texto, porque escrever traz no lugar de trás é tenso, colocar a vírgula como aqui
"Pai: Ah filha, que isso. Encare o que está acontecendo como um, recomeço." (tenho certeza de que o autor queria colocar reticências no lugar dessa vírgula) e aqui "Emily: Você sempre evita responder as perguntas dos pacientes? O que é isso? Um tratamento anti, choque?" são igualmente tensos, mas já vi erros piores, viu...

Inclusive aqui, onde o autor faltou a aula sobre técnicas de roteiro e simplesmente esqueceu de indicar a localização da cena quando o menino Benjamin come o próprio braço no orfanato, numa cena de abrir o apetite:

"[...] Charlotte: Meu Deus!
O menino chora enquanto mastiga o próprio braço.
Menino: Me ajuda.
Charlie carrega o garoto envolto a um lençol encharcado de sangue, em direção ao carro e o acomoda no banco de trás.
[...]"


Então o carro já estava dentro do orfanato? Seria possível isso, minha gente? Cadê aquele corte esperto para o exterior do orfanato? Preguiça de abrir uma nova cena? Povo fica intrigado com essas coisas, acredite, principalmente se tiver que voltar para reler o texto. 
Não temos garantias de que o leitor vai entender tudo que escrevemos, mas deixá-lo intrigado com o humor inteligente do texto é melhor do que com a forma e a disposição do mesmo.
Mas eu notei que o gosto literário tentou dar o ar da graça mais de uma vez:

"[...]
Homem: Emily, Emily. Você pode me ouvir?
Emily pode ouvir, mas não consegue responder. Agora nem ouvir ela pode mais.[...]


Nossa, ficou muito claro que a garota podia ouvir, certamente ela estava em posse de uma caneta e um caderno e escreveu todas as suas sensações, e o autor não mostrou para não estragar o suspense. Só que não, né?
Poderia ter rolado um Voice Over (V.O) da garota onde ela diria qualquer coisa que denunciasse que ela ouvia. Mais digno.

Mas o que dizer de "(Ruas de Mirella – Dia- Ext.)"? É realmente possível existir o INTERIOR e EXTERIOR de uma rua? Ok, então a rua de Mirella é o exterior da rua da cidade real? Ou o autor tentou dizer que o EXT. usado era em relação ao carro onde Emily estava sendo levada? Confuso, não?

Apesar da entrada não ter sido deslumbrante, The Last Of Us não é uma série ruim, não cansa a vista nem a paciência (esperando melhorias) e causa pelo mistério envolvente, o que já garante a minha leitura. O autor desenvolveu os personagens, como dr Burke, Pedro, Breff e Charlie, de uma forma que eu, pelo menos eu, acabei duvidando do verdadeiro carácter de cada um. Burke teme o que ele chama de "eles", e aí você pensa que ele se refere a Pedro e Breff que raptaram Emily. Logo há algo de errado nesses dois aparentes camaradas. Pra reforçar a desconfiança, Breff esconde Emily de Charlie que dá a entender que o irmão sempre apronta demais. Charlie é noivo de Charlote, filha de Burke e que cuida do orfanato onde crianças são deixadas após o estranho sumiço dos pais. Ela desconfia dos métodos do pai, logo Burke pode não ser o bonzinho da história.
Quem está certo, afinal?

Como você pode ver, TLOU pode não chegar a ser uma Infamous, mas está muito, mas muito longe de ser uma Psicose, não se preocupe .

Aquele abraço!

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