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Hoje venho trazer uma review que estou devendo desde novembro passado (Deus é mais!) ao meu queridíssimo amigo Bruno Jr ou Juninho T. Se trata da 2ª temporada de Army of Anyone. Depois do escombro montado, a coisa por lá andou entrando nos trilhos, mas parece que uma vez nos escombros, sempre nos escombros, né?
Vai rolando pra baixo...
Eu me refiro a nova temporada, onde Jason governa Texas sem a influência malígna de Carson. No 2x01 você se depara com um novo Texas, 3 anos depois, prestes a se tornar estado novamente, com todo o cenário reformado. Só que a paz acaba com o retorno do vilão, que promete tirar Texas da linha e voltar tudo aos escombros.
Eu não acompanhei a temporada anterior, mas por tudo que li posso dizer que as coisas continuam as mesmas. Quero dizer, o início da 1ª temporada foi ótima, comentei aqui, mas o 2x01 não repetiu o lado bom, mas além de relembrar o lado ruim, ainda acrescentou. Alguns diálogos parecem que foram feitos para arrastar cenas, além de alguns serem bem cansativos, e não pela extensão, mas por realmente serem monótonas, como nesse trecho retirado da cena 6:
[...]
ANDREW – Deu certo! Os sinais de TV estão voltando.
MIA – Andrew... Tudo pelo seu pai. Graças a ele nos livramos de Carson, reconstruímos todas as casas, criaram-se fábricas. Tivemos pontos ruins. Descobrimos que Carson mantinha crianças para trabalho escravo.
ANDREW – Nesses três anos, o meu pai tem mudado tudo. E ele... Ele não voltou. Eu acho que morreu. Teve o melhor final, a alma roubada.[...]
E essa outra da cena 17:
[...]
MULHER – Embora não pareça, somos casados. O fato de eu não poder dar-lhe um filho, não lhe dá o direito de me torturar!
CALVIN – E o que não te dá o direito de me dar um filho?
MULHER – O meu corpo... Eu não engravido. Quantas vezes vamos ter que voltar no mesmo discurso? É sempre assim. Conversamos, até chegar à discussão.
CALVIN – (SÉRIO) Você não tem o direito de estragar a felicidade de um ser humano. Se você não pode parir um filho para mim, é por incompetência sua!
MULHER – Você nunca vai entender. Você nunca entendeu... Por conta disso, você me bate, me maltrata, me ignora. E eu passei o dia inteiro querendo entender. Não é possível.[...]
Observe que tanto Mia quanto Regina (a mulher da cena 17) explicam o que poderiam ser mostrados em ação; No caso de Mia, bastava mostrar como estava a cidade após a posse de Jason - aliás, já tinha sido mostrada. Desta forma, Mia se limitaria a dizer que tudo estava indo bem graças a Jason e comentaria sobre o fato de Carson manter crianças escravas. No caso de Regina, umas agressões básicas dispensaria a informação que ela mesma deu.
Percebi que o autor tem certa obsessão com a frase "se moverem de um lado e de outro", tal frase foi usada para destacar a bandeira e as cobras. Ok, cobras se movem de um lado e de outro. Qualquer cobra VIVA faz isso, né Eduardo Amaral? Mas uma bandeira no mastro ou umas velhas conhecidas do Dudu Amaral dispensam tal informação.
"JASON – O acerto de contas dele é comigo. Mas faltam peças no nosso jogo a serem comidas. Vocês são as minhas principais peças. Eu preciso de vocês."
Calma, gente! É claro que Andrew e Lillian são as peças a favor de Jason...
Bom, people, uma série que fala sobre guerras, conflitos, perdas, tudo requer uma carga dramática, e AOA não é uma série ruim, apesar de algumas derrapadas e erros de português. Mas uma narrativa, por vezes, muito detalhada, dando a sensação de explicativa demais, fazendo uso excessivo e desnecessário da câmera pode desmotivar a leitura, como nesse exemplo:
[...]
VOZ – (EM OFF) Você não veio falar comigo na rota matinal. Está tudo bem?
A pessoa que subia os degraus para em uma delas. A câmera sobe, gira e nos mostra que a voz é de Lillian. [...]
Agora, a série não está num escombro. Digamos que ela está se mantendo num certo nível e não corre o risco de flopar, como O Desfile do Crime, do nosso amigo Ricardo Goulart. Quero dizer, quase flopou com o mínimo de divulgação que teve, mas AOA não é o tipo de série que passa despercebida, é só saber dosar as técnicas de roteiro com uma boa dramatização.