Army of Anyone | Bem-vindo à mesma guerra

Cristina Ravela
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Boa noite, amigos e amigas desse Brasil! Sentiram a minha falta semana passada? É, eu também senti a minha falta, mas eu estava em uns esquemas de caráter duvidoso, sabe? Não sabe? Melhor ainda.

Acompanhe os episódios

Hoje venho trazer uma review que estou devendo desde novembro passado (Deus é mais!) ao meu queridíssimo amigo Bruno Jr ou Juninho T. Se trata da 2ª temporada de Army of Anyone. Depois do escombro montado, a coisa por lá andou entrando nos trilhos, mas parece que uma vez nos escombros, sempre nos escombros, né?

Vai rolando pra baixo...



Eu me refiro a nova temporada, onde Jason governa Texas sem a influência malígna de Carson. No 2x01 você se depara com um novo Texas, 3 anos depois, prestes a se tornar estado novamente, com todo o cenário reformado. Só que a paz acaba com o retorno do vilão, que promete tirar Texas da linha e voltar tudo aos escombros.
Eu não acompanhei a temporada anterior, mas por tudo que li posso dizer que as coisas continuam as mesmas. Quero dizer, o início da 1ª temporada foi ótima, comentei aqui, mas o 2x01 não repetiu o lado bom, mas além de relembrar o lado ruim, ainda acrescentou. Alguns diálogos parecem que foram feitos para arrastar cenas, além de alguns serem bem cansativos, e não pela extensão, mas por realmente serem monótonas, como nesse trecho retirado da cena 6:

[...]
ANDREW – Deu certo! Os sinais de TV estão voltando.

MIA – Andrew... Tudo pelo seu pai. Graças a ele nos livramos de Carson, reconstruímos todas as casas, criaram-se fábricas. Tivemos pontos ruins. Descobrimos que Carson mantinha crianças para trabalho escravo.

ANDREW – Nesses três anos, o meu pai tem mudado tudo. E ele... Ele não voltou. Eu acho que morreu. Teve o melhor final, a alma roubada.[...]


E essa outra da cena 17:

[...]
MULHER – Embora não pareça, somos casados. O fato de eu não poder dar-lhe um filho, não lhe dá o direito de me torturar!

CALVIN – E o que não te dá o direito de me dar um filho?

MULHER – O meu corpo... Eu não engravido. Quantas vezes vamos ter que voltar no mesmo discurso? É sempre assim. Conversamos, até chegar à discussão.

CALVIN – (SÉRIO) Você não tem o direito de estragar a felicidade de um ser humano. Se você não pode parir um filho para mim, é por incompetência sua!

MULHER – Você nunca vai entender. Você nunca entendeu... Por conta disso, você me bate, me maltrata, me ignora. E eu passei o dia inteiro querendo entender. Não é possível.[...]


Observe que tanto Mia quanto Regina (a mulher da cena 17) explicam o que poderiam ser mostrados em ação; No caso de Mia, bastava mostrar como estava a cidade após a posse de Jason - aliás, já tinha sido mostrada. Desta forma, Mia se limitaria a dizer que tudo estava indo bem graças a Jason e comentaria sobre o fato de Carson manter crianças escravas. No caso de Regina, umas agressões básicas dispensaria a informação que ela mesma deu. 

Percebi que o autor tem certa obsessão com a frase "se moverem de um lado e de outro", tal frase foi usada para destacar a bandeira e as cobras. Ok, cobras se movem de um lado e de outro. Qualquer cobra VIVA faz isso, né Eduardo Amaral? Mas uma bandeira no mastro ou umas velhas conhecidas do Dudu Amaral dispensam tal informação.

"JASON – O acerto de contas dele é comigo. Mas faltam peças no nosso jogo a serem comidas. Vocês são as minhas principais peças. Eu preciso de vocês."

Calma, gente! É claro que Andrew e Lillian são as peças a favor de Jason...

Bom, people, uma série que fala sobre guerras, conflitos, perdas, tudo requer uma carga dramática, e AOA não é uma série ruim, apesar de algumas derrapadas e erros de português. Mas uma narrativa, por vezes, muito detalhada, dando a sensação de explicativa demais, fazendo uso excessivo e desnecessário da câmera pode desmotivar a leitura, como nesse exemplo:
[...]
VOZ – (EM OFF) Você não veio falar comigo na rota matinal. Está tudo bem?

A pessoa que subia os degraus para em uma delas. A câmera sobe, gira e nos mostra que a voz é de Lillian. [...]



Agora, a série não está num escombro. Digamos que ela está se mantendo num certo nível e não corre o risco de flopar, como O Desfile do Crime, do nosso amigo Ricardo Goulart. Quero dizer, quase flopou com o mínimo de divulgação que teve, mas AOA não é o tipo de série que passa despercebida, é só saber dosar as técnicas de roteiro com uma boa dramatização.

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