Em Nome do Filho | Alguém ouviu nossas preces?

Nova novela incita a Bíblia

Em Nome do Pai, do Filho, do Espírito Santo...Amém!

Foi mais ou menos assim que me senti ao ler a novela Em Nome do Filho, de Wesley Alcântara. O susto começou a partir do momento em que eu vi a emissora onde é postada, passando pelo formato do texto, até alcançar o final do capítulo. Eu me perguntei como é que uma pessoa conseguiu escrever algo do tipo naquela emissora? Como foi possível? Enfim, tô no chão, rapariga. Vai descendo, vai...

Em Nome do Filho é uma novela que conta a falsa história de amor entre Eva, a nova gerente de uma livraria, e Miguel, um ambicioso aspirante a empresário que vê nela mais uma de suas conquistas. Só que para conquistar a presidência da empresa de seu pai, ele precisa ter um filho legítimo, mas sua esposa, Milena, é estéril. Miguel engravida Eva e, junto de Milena, arquiteta um plano de roubar a criança e jogar Eva no hospício de Jacarepaguá (mentira, é Jardim Botânico). Dando uma de Victoria Graysson, a moça prepara sua vingança com requintes de crueldade.

Gente, o que me fizeram descobrir? O texto é roteiro, mas um roteiro razoavelmente digno (o que é difícil em emissoras como a TVN, Belas Histórias e adjacentes). Acho que o autor é novato (não puxei a ficha criminal dele), e consegui chegar ao final sem emitir as seguintes frases: "Que horror!", "Eu to lendo isso?", "Valia-me Cristo!".

Mas apesar de um roteiro melhor do que muitos por aí, preciso destacar onde pode ser melhorado. Confira o jogo dos 7 destaques da novela:

1. A história se passa na década de 90? Porque foi assim que me senti ouvindo Fanzine...

2. Os personagens não foram apresentados com as suas características básicas. Senti falta disso.

3. Falso suspense. Na cena final, uma tal de Regininha chega ao hospício. Em seguida, ela é conduzida por uma enfermeira, mas a partir daí, os diálogos são seguidos por "Mulher" e "Jovem", como se a Regininha (Jovem) não tivesse o nome apresentado antes. Tudo para dar um suspense que eu não vi.

4. Descobri que o Restaurante Frigideira realmente existe. Não é fictício não, amigo.

5. Vitória, mãe do Miguel safado, me fez lembrar a cruel Catalina Creel (María Rúbio) da novela Ambição (Cuna Del Lobos). No lugar do tampão no olho, muletas.

6. Capítulo mais parecia um episódio piloto. O mais comum seria ver a proposta da sinopse desenvolvida no primeiro capítulo. Claro que com essa sinopse trabalhada, fica mais difícil, mas Eva e Miguel nem se conheceram, amigo.

7. O tema de abertura é Roxette. Depois de Fanzine, só fico na espera de Christopher Cross, The Commodores, Abba, ou Raça Negra no Bar Chegaí. Não acho ruim, só achei estranho para uma novela atual.


Apesar de alguns destaques não terem sido bons, Em Nome do Filho me deixa feliz em ver que os autores estão se esforçando. É um bom roteiro, com bons diálogos e um enredo tranquilo, sem aquela pressa de chegar ao clímax do capítulo. Parabéns ao autor por se destacar dentre tantas outras que me dão sono.
Amém!

Agora preciso correr...
A cama me espera.
Aquele abraço
Até!