"Nilo Rodrigues é o Anti-herói que adoramos acompanhar".
É impossível falar de um anti-herói e não lembrar do clássico Walter White da série Breaking Bad. Depois de Toni Soprano, o senhor White foi o herói que virou vilão mais celebrado da Tv norte americana.
E, não poderíamos deixar de associar Nilo Rodrigues a essas figuras imponentes, não é mesmo? Então vamos que vamos que hoje nós precisamos falar sobre Anti-Herói, uma série de Cristina Ravela, dona dessa zorra aqui!
Quem não gosta de uma boa trama policial? Eu simplesmente dou o maior valor! E, quer saber? Anti-Herói é trama policial das boas.
Cercada por tipos misteriosos, drogas alucinógenas, bandidos da pesada e um investigador com sede de justiça.
É isso mesmo, Anti-Herói é a história de Nilo Rodrigues, um cara que ganhou fama de herói sem pedir, tem um passado doloroso e no presente acaba matando um cidadão de bem que lutava pela sua comunidade.
E, agora? O que Nilo vai fazer quando no bairro Valquíria, Moni Vasco e Vinnie Ludwig comandam o crime e estão dispostos a tudo pra manter o poder?
Tá tudo em ordem
Não há o que melhorar no roteiro de Cristina Ravela. Tá tudo muito bem ordenado. As cenas são ricas em detalhes, ambientações e caracterização dos personagens.
Há inserção de sons, posicionamento de câmeras e construção de imagens vivas. É notório toda uma preocupação com a parte técnica do roteiro.
Mas, na minha opinião o que mais contou foi a construção da trama, o enredo em si e a apresentação dos personagens.
Cristina expôs os núcleos da história de forma orgânica e marcante. No set de filmagens do filme sobre a vida de Nilo, nós presenciamos a gravação de uma cena de perseguição.
Logo após somos apresentados ao covil dos inimigos, começando pela redação do jornal Novo Dia. Onde conhecemos Thalles, um jornalista obcecado em derrubar Nilo e o Carioca News.
Em seguida, entramos no Mandrake Pub, base do criminoso Vinnie Ludwig e conhecemos um homem classudo que ama dar presentes e me parece muito perigoso.
A última parada do mal fica no bairro Valquíria, onde Moni Vasco - perigosíssima, comanda. Em seu humilde estabelecimento, Moni comanda uma turma da pesada disposta a fazer qualquer coisa por ela.
O episódio é eficaz em apresentar os núcleos e não deixar a história sem andamento. Nilo é abordado por Vince Lemos, bondoso cidadão que perdeu sua esposa para o crime e acusa Vinnie de ser o autor.
No mesmo episódio Nilo também visita um laboratório onde toma nota sobre a droga comercializada no bairro Valquíria, provavelmente comercializada por Vinnie e Moni Vasco.
Tudo está em ordem, a apresentação, o incidente, os conflitos e uma jornada pela frente. Como será que Nilo se sairá combatendo o crime?
Prazer ficar com você
O ponto alto do episódio é a companhia de Nilo. Que bom conhecer ele. A sensação que dá é que acompanhar esse cara vai ser massa.
Todas as cenas que contam com a presença dele são muito agradáveis. Ele é forte e tem personalidade.
Ele tem amigos e um amor. Ele tem um passado com dores e é perseguido. Ele é o herói perfeito. Foi um prazer te conhecer, Nilo Rodrigues.
 |
| Toca aqui! |
Depois de ler esse piloto a gente tem certeza que histórias não são sucessões de eventos, mas a boa história é uma sucessão de eventos com personagens incríveis.
Acima de tudo é ter um personagem incrível e se identificar com ele. E é isso que Nilo causa! Senti empatia por ele. É quase uma obsessão como a do Thalles.
Em falar em Thalles, esse é outro personagem bem construído e interessante de se acompanhar. O cara simplesmente quer derrubar o outro.
Dá pra sentir empatia, ou antipatia? É, será que dá pra se identificar com os inimigos de Nilo?
Esse é o meu lugar
Tudo fala sobre os personagens. Moni é dona em um bairro perigosíssimo. Cabelos longos, com pinta de vilã pop, ela aparece e atrai as atenções.
Ela surge como um poder que magnetiza e pisa. Ela é a vilã. Com uma só palavra de Moni seus lacaios são capazes de fazer loucuras. Vilã do ano? "Vejemos"!
Já Ludwig é mais contido. Todavia não quer dizer que seja menos perigoso. O pior é aquele que fica na espreita, e é assim que Ludwig parece estar. Só visualizando igual os amigos do grupo do Whatsapp.
Cada ambiente apresentado, cada mesa de trabalho, mesa de sinuca e balcão de bar conta sobre os personagens. É uma construção que fala sobre identidade.
A alma dos personagens se funde com o lugar que eles estão. Viagem? Não sei. Só sei que sei!
Com um gancho desse...
Anti-Herói termina seu piloto com um gancho preso na boca do peixe. Uma morte misteriosa - que bom que morreu, o único personagem que não gostei - fica aquela interrogação diante da sua testa. Quem matou o infeliz?
E vou lhes contar que é uma morte muito bem feita que encerra o episódio de forma cíclica e deixa a gente curioso.
Resumindo...
Mais uma alma captada.
Anti-Herói é trama policial das boas que a gente torce pra não acabar. Acompanhar Nilo Rodrigues investigando e lutando contra a bandidagem é um prato cheio que a Cyber oferece toda terça e sexta às 23h.
Mas sobre o quê de fato é Anti-Herói?
É cedo pra concluir eu preciso ver toda a história, mas meu palpite é que a alma de Anti-Herói é sobre expectativas.
Sabe quando você tá ansioso pra ver o último episódio da sua série preferida, e quando o episódio termina você pensa: " Sério? Só isso?".
Parece que Cristina quer subverter algumas coisas. Não sei, mas captei isso.
Podem me chamar de caça-fantasmas agora. Fico procurando a alma das histórias.
Um abraço e até a próxima.
