A Guerra da Arte | Supere os bloqueios e vença suas batalhas interiores de criatividade

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 "Há um segredo que os verdadeiros escritores conhecem e que os aspirantes a escritor não sabem e o segredo é o seguinte: o difícil não é escrever. O difícil é sentar-se para escrever. O que nos impede de sentar para escrever é a resistência".

Steven Pressfield


Mais uma semana se passou e graças a Deus mais um livro foi lido. Não tô fazendo nenhum planejamento para ler uma quantidade x de livros, mas tô seguindo os ensinamentos de um grande professor de escrita. Ele pede pra gente ler muito e escrever mais ainda. 

O post de hoje é consequência de semanas de muita confusão mental, reflexão, projetos adiados e projetos retomados.

Eu amo escrever, mas ao mesmo tempo sofro de um mau terrível quando penso em escrever. Não sei se você já passou por isso, mas tem uma vozinha demoníaca que começa a sussurrar no meu ouvido dizendo coisas do tipo:

"Quem você pensa que é para escrever esse texto?"

"Você não é bom o suficiente para isso"

"Você não tem talento"

"É melhor deixar para a semana que vem, quando as coisas em casa melhorarem"

"Você até que não é tão mau assim. Não precisa estudar sobre o assunto. Não se preocupe com a crítica. Não precisa se aperfeiçoar"

Se identifica?

Pois é! Foi pensando em tudo isso e passando por momentos bem constrangedores que esse livro me veio à mente essa semana. Era como se a voz do anjinho sussurrase do outro lado dizendo que ainda tinha jeito pra mim. E ainda bem que tem jeito, né! 

O post de hoje é baseado no livro A Guerra da Arte de Steven Pressfield. É um livro pequeno, mas muito profundo. Ele é divido em três partes:

Livro Um - RESISTÊNCIA | Definindo o inimigo

Livro Dois - COMBATENDO A RESISTÊNCIA | Tornando-se um profissional

Livro Três - ALÉM DA RESISTÊNCIA | O reino superior

Steven Pressfield é autor de vários best-sellers, entre eles Portões de Fogo e The legend of Bagger Vance, este último virou filme com o título no Brasil de Lendas da Vida, com Will Smith. Ele mora em Los Angeles e tem 78 anos. 

O autor testemunha em seu livro de não ficção, que na faixa dos quarenta anos ele era um escritor desconhecido e conseguiu sua primeira oportunidade como roteirista em Hollywood. Seu primeiro filme, King Kong 2 foi um fracasso de crítica e bilheteria. Perguntaram se ele iria desistir e ele respondeu que não. Disse que não tinha um sucesso, mas tinha um fracasso real.

Foi nesse ponto que ele percebeu que era um profissional, mas para que isso acontecesse, ele teve que vencer a RESISTÊNCIA. 

E o que de fato é essa bendita Resistência? 



RESISTÊNCIA | Definindo o inimigo

Vou listar aqui seis características da Resistência que o autor cita no livro.

1ª - A Resistência é uma força de repulsão que não pode ser vista, mas pode ser sentida. É negativa e seu objetivo é nos afastar, distrair e nos impedir de fazer o nosso trabalho (seja qualquer trabalho).

2ª - A Resistência é interna. Ela surge em nosso interior, tem geração própria e perpetua-se por si mesma.

3ª - A Resistência é Universal. Tudo que tem corpo sofre resistência.

4ª - A Resistência joga para ganhar. Seu objetivo não é ferir ou aleijar, sua intenção é matar. Seu alvo é o epicentro de nosso ser: nosso gênio criativo, nossa alma, o dom único e inestimável com que fomos trazidos ao mundo.

5ª - A Resistência alimenta-se do medo. Ela tem força própria. Cada gota de sua seiva vem de nós. Nós lhe damos força com o nosso medo. Domine esse medo e vencerá a Resistência.

6ª - A Resistência nunca dorme. O autor dá o exemplo de Henry Fonda, um ator que continuava a vomitar antes de cada apresentação no palco, mesmo quando já tinha 75 anos. Em outras palavras, o medo não nos abandona. O guerreiro e o artista vivem pelo mesmo código de necessidade, que dita que a batalha tem que ser travada a cada novo dia.

Em seguida, Steven faz um paralelo da Resistência com diversos aspectos. Ele compara a Resistência com a Procrastinação; com os problemas diversos que todos nós enfrentamos e que querem nos fazer parar ou atrapalhar; com a vitimização, e até com a crítica.

Ele dá seu próprio exemplo de quando começou a escrever o livro A Guerra da Arte. A Resistência quase o venceu. Ela dizia (em sua cabeça) que ele era um escritor de ficção, e não daquele tipo de livro. Dizia que ele não deveria estar expondo esses conceitos de forma tão aberta e literal, em vez disso, deveria incorporá-los metaforicamente a um romance. Entre outras coisas, o que é muito comum entre aqueles que pretendem ajudar os outros, a Resistência dizia que ele não deveria procurar instruir ou se apresentar como um fornecedor de sabedoria; que isso era arrogante, egoísta, talvez até mesmo imoral. E que para o autor, fazia pleno sentido.



E se o Steven não tivesse escrito esse livro, ele não teria me ajudado tanto como me ajudou nesses últimos dias.

Vocês não têm ideia de como esse livro me ajudou. Confesso que tenho um bloqueio terrível na hora de escrever qualquer coisa. Seja o que for.

Quando vou escrever, e se for algo publicável, isso piora drasticamente.

Tem aquela bendita voz na minha cabeça que diz insistentemente: "Você não tem nada de interessante para escrever"."Você não tem experiência nesse assunto e nunca viveu nenhuma dessas histórias de ficção que quer escrever"."Você escreve mal"."Você é um escritor medíocre perto de outros escritores por aí".

Creio que talvez essa voz tenha certa razão. Mas, algo que o autor compartilhou fez pleno sentido para mim.

Ele disse que ficou assustado com todos os argumentos que a Resistência tinha lhe apresentado. E que a única coisa que o convenceu a seguir em frente com o livro foi simplesmente o fato de que se sentiu muito infeliz ao desistir do projeto.

"Comecei a desenvolver sintomas. Tão logo me sentei e comecei a trabalhar, senti-me bem outra vez".

Foi isso que me fez acreditar que também estou no caminho certo. Sentar e escrever me dá um enorme prazer. Poder compartilhar ideias, algo que tenha aprendido sobre escrita, narração entre outras coisas, e também poder contar minhas histórias.

Isso me deixa realmente feliz.

E, pode acreitar, a Resistência continua atuando mesmo enquanto escrevo essas linhas. Ela é cruel. Não para nunca. Ela me fez levantar da cadeira pra salvar o meu sogro que estava no prego. Mas, eu retornei e estou aqui. Ela não é maior que o meu desejo de continuar compartilhando e aperfeiçoando a arte da escrita.

No final do livro Um, Steven nos enche de esperança avisando que a Resistência pode ser vencida. Ele diz que derrotá-la é como dar à luz. Parece absolutamente impossível até você se lembrar que as mulheres vêm fazendo isso com muito sucesso, com ou sem apoio, há cinquenta milhões de anos.

No livro Dois, o autor nos equipa com as ferramentas necessárias para vencer a Resistência. Ele faz a diferença entre profissionais e amadores, e ensina que somente os profissionais podem vencer essa guerra.

Davi e Golias


Para o post não ficar mais gigante do que está, decidi que na próxima semana, se Deus permitir, finalizo as partes dois e três com vocês.

O livro é curtinho, dá pra ler numa sentada, mas é extremamente profundo em conteúdo. Espero ter ajudado.

Até à próxima.



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