A Guerra da Arte - Parte 2 | Supere os bloqueios e vença suas batalhas interiore de criatividade

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 Como tornar-se um Profissional e experimentar o Reino Superior da Criatividade?


Hoje iremos abordar o Livro Dois e o Livro Três, que falam sobre Tornar-se um Profissional e de como experimentar O Reino Superior, respectivamente.

Semana passada eu trouxe um pouco da experiência que tive com o livro A Guerra da Arte de Steven Pressfield. Se você não teve a oportunidade clique aqui e dê uma boa olhada no assunto.

Agora vamos navegar um pouco sobre esse capítulo dois que aborda o seguinte tema:

Tornando-se um Profissional.

A primeira coisa que o autor faz questão de chamar à atenção é para a diferença entre um amador e um profissional. "Os aspirantes a artistas derrotados pela Resistência têm uma característica em comum. Todos pensam como amadores. Ainda não se tornaram profissionais".

Quando Steven fala de profissional, não está falando daquele advogado, médico, ou outro qualquer que é perito em uma certa atividade. Fala do Profissional como um ideal. O Profissional em contraste com o amador. Ele inclusive esclarece as diferenças.




O amador joga por diversão. O Profissional joga para valer.

Para o amador o jogo é passatempo. Para o Profissional, é sua vocação.

O amador é um guerreiro de fim de semana. O Profissional, durante os sete dias da semana.

O Profissional ama tanto sua vocação que lhe dedica sua vida. Comprometendo-se integralmente.

A Resistência detesta que nos tornemos Profissionais.

É claro que podemos abrir exceções no pensamento de Steven. Creio que muitos que amam sua vocação não podem dispor de todos os dias da semana para viver e praticar aquilo.

Muitos só têm o fim de semana, mas o tempo que dispõem para o que verdadeiramente amam, elas dedicam com toda sua alma e todo seu amor.

Vejo o Profissional como alguém comprometido com uma missão de vida. Disposto a  vencer o que for preciso para chegar ao seu alvo.

Como já dizia o velho ensinamento budista: "Onde há vontade, há um caminho. Onde há um caminho, há um caminhante. Onde há um caminhante, há um foco. E onde se tem um foco nada pode detê-lo."




Tornar-se Profissional, é viver o sonho, seja três dias na semana, no fim de semana, duas horas por dia, dois dias por mês. É viver aquilo com entusiasmo, foco e vontade de aproveitar não somente a chegada, mas, se deliciar no caminho. Ou seja, vida não é somente aonde se chega, mas também saber aproveitar o processo.

O autor fala que acorda pela manhã, às vezes com pouco entusiasmo, ou alguma angustia no peito. Mesmo assim, levanta, prepara a refeição, organiza a casa, e segue caminhando para o escritório. Lá, ele faz seu ritual, faz sua prece à musa e começa a escrever. Ele faz isso todos os dias, no mesmo horário, sem folga, sem titubear. Ele sabe que precisa vencer a resistência e ser um Profissional.

Compartilha que certa vez, alguém perguntou a Somerset Maugham (escritor) se ele escrevia segundo um horário ou somente quando lhe vinha à inspiração. "Escrevo apenas quando a inspiração me vem", respondeu. "Felizmente, ela vem toda manhã às nove horas em ponto."




Isso é ser Profissional.

Em termos de Resistência. Maugham dizia: "Eu desprezo a Resistência; não deixo que ela me desconcentre; eu me sento e faço o meu trabalho".

Acho muito bonito a forma com que esses profissionais encaram o seu ofício. Eles estão ali, mas não estão. Parece que sabem que o trabalho de fato não é deles, que eles são apenas instrumentos.

Steven ainda ressalta que todos nós já somos Profissionais. Todos os dias batemos o ponto em nosso trabalho. Fazemos o que tem de ser feito. E, no fim do dia, batemos o ponto novamente, voltando para nossas casas. E assim, fazemos no dia seguinte e no dia seguinte, e novamente, novamente...

O Profissional embora aceite dinheiro, realiza seu trabalho por amor. Ele tem que amá-lo. Caso contrário, não dedicará sua vida a ele por sua livre e espontânea vontade.

Mas o Profissional precisa aprender a amar, pois o amor em excesso pode sufocá-lo. É preciso ter um aparente distanciamento, um sangue frio. Tudo isso para impedir o Profissional de amar tanto o jogo que acabe não realizando seu trabalho. Atuar por dinheiro, ou adotar uma atitude de quem atua somente por dinheiro, arrefece a febre. (palavras do autor).

Tecnicamente o profissional recebe dinheiro. Tecnicamente, o profissional trabalha por dinheiro, Mas, no final das contas, o faz por amor.

Para finalizar: o Profissional é paciente, busca a ordem, e não aceita desculpas.

Esse livro me veio depois de um processo de muita procrastinação com a escrita. Eu tinha um trabalho para entregar, e que envolvia escrever, mas eu simplesmente não conseguia terminar. Foi quando alguém me deu uma simples, mas fundamental dica.

Eu estava assistindo um vídeo no Youtube com o professor Rodrigo Gurgel e ele deu um dica excelente para destravar o ato da escrita. Disse que deveríamos ter um diário. Não aquele tipo de diário que você começa escrevendo "meu querido diário", mas um espaço onde você pudesse compartilhar exatamente tudo. Projetos, insights, sua rotina, seus sentimentos, tudo que você quisesse. A lei era: não ter lei.




Escrever sem restrições, sem amarras, sem dar ouvidos ao editor interno. Sem pensar em ortografia, gramática e o diabo a quatro.

Escrever. Expressar. Botar para fora. Contar seus podres. Desabafar suas raivas, angústias e frustrações. Imprimir sua alma no papel.

Foi assim que comecei a me tornar um pouco mais profissional. 

Hoje me acordo todos os dias às cinco da manhã. Visto meu calção vermelho, ou o cinza. Calço meu tênis e ponho a camiseta mais leve que eu encontrar. Vou correr. Começo devagar, mas vou aumentando o ritmo. Vou trotando devagar, flexionando os joelhos e vislumbrando a mata verde que tem perto da minha casa. O percurso é belíssimo, sem exagero. 


Aqui pertinho de casa


Volto para casa. Tomo um banho rápido e sento na cozinha. Respiro pausadamente por alguns minutos. Depois faço uma breve oração e posso começar a escrever.

Já são umas seis e quinze quando começo a escrever, vou até as seis e meia, ou seis e quarenta.

Escrevo sobre tudo. O importante é escrever. Falo o que vivi no dia anterior. Alguma frase que me marcou. Uma música que escutei. Uma conversa com algum colega de trabalho. Alguns sentimentos repetitivos sejam bons ou maus.  

E algo dentro de mim começa a ser destravado. De repente, parece que o mundo se abre para mim. Tem dias que minha alma parece absorver tudo. Sinto todas as energias, boas e ruins. Minha alma se expande dia após dia. Vou me tornando mais e mais sensível. Começo a pensar mais no coletivo. Começo a agir mais para beneficiar o outro. Vou me tornando uma expressão melhor de mim mesmo.

Por isso que digo que a escrita é cura. É minha cura. Se você puder, experimenta. Creio que vai te fazer muito bem, vai te ajudar nos teus processos mentais. Vai te auxiliar com a memória e você vai conseguir pensar com mais clareza. É assim que eu tenho vivido. E isso tem sido absolutamente INCRÍVEL.




Para finalizar com o Livro Três, Pressfield entra no campo do abstrato. Ele fala que os anjos ou a musa é quem trazem a inspiração, as ideias. Ele adentra nos mistérios, num reino superior, o reino dos pensamentos. Um lugar em que o Profissional comprometido com a musa, recebe as mensagens que vai transcrever. Algo parapsicológico. 

Ele compara a Musa como algo divino. Ele sabe que é somente um instrumento, que dele nada vem de fato, mas ele está ali para ouvir e sentir o que a Musa tem a sussurrar em seu ouvido.

Para isso, ele disse que precisa limpar o ambiente para que a Musa vindo não suje suas vestes. E, estar no mesmo lugar e no mesmo horário, para que ela vindo possa encontrá-lo comprometido.

Há uma magia em começar, mas há magia maior em continuar.

O processo de se tornar um profissional e dedicar-se à vocação é um processo de morte do ego e renascimento do self, que está ligado ao divino, às ideias mais elevadas. 

É quando experimentamos o self autêntico, ou o Eu autêntico. Em outras palavras, nenhum de nós nasce como manchas genéricas passivas, à espera que o mundo imprima sua marca em nós. Ao contrário, surgimos já possuindo uma alma altamente refinada e individualizada. 

Vimos a este mundo com um destino pessoal e específico. Temos um trabalho a fazer, uma vocação a exercer, um eu a se tornar. Somos quem somos desde o berço e estamos presos a isso.

Se nascemos para pôr um fim à ordem de ignorância e injustiça no mundo, devemos perceber isso e lançar mãos à obra.

Ou você vai ficar aguardando alguém bem intencionando lhe dizer o que você tem que fazer com sua preciosa vida? Não, descubra por si e vá!




Nós temos territórios e os nossos são psicológicos. O território de um escritor é sua escrita. É dali que ele tira sustento, inclusive sustento interno. Um território só pode ser reclamado por alguém sozinho, e só pode ser reclamado com trabalho.

O território devolve exatamente o que você investiu.

Território do escritor não depende de fatores hierárquicos. Ele não está sujeito a quem escreve mais ou melhor. Não está sujeito a quem tem plateia ou não. O território do artista é a sua arte. É ali que ele é senhor e dono.

Qual é o seu território?

O ato da criação por definição é territorial. Como a futura mãe carrega a criança dentro de si, o artista ou inovador abriga sua nova vida. Ninguém pode ajudá-la a dar à luz. Mas ele também não precisa de nenhuma ajuda.

"A mãe e o artista são protegidos pelo céu."

Que lindas palavras do autor.

Para finalizar Steven Pressfield destaca que: 

"O trabalho criativo não é um ato egoísta ou um pedido de atenção por parte do ator. É uma dádiva para o mundo e para todo ser vivo que o habita. Não nos prive de sua contribuição. Dê-nos o que você possui."

Por hoje é só.

Até à próxima.







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