Boa noite, minha gente quereeda!!!!!
Sábado passou, mas domingão taí e nunca é tarde pra começar...Ô semana agitada essa!
Vamos lá!
Trago para vocês o review do 1º episódio da série do intrigante chamado ‘Bruxo Doutorando’.
***Contém SPOILER (você já sabe), então vaza se não quiser saber :-x***
“Um olho abre e a o foco é uma pupila contraindo. É mostrado um garoto, Ramza (Jim Sturgess) caído em meio aos escombros de uma construção. Ramza se senta e leva a mão à cabeça, um filete de sangue escorrega pela sua testa.
Vemos a cena pela visão de Ramza:”.
A princípio, achei que a imagem do garoto estava dentro do olho de alguém como um reflexo. Depois me dei conta de que se tratava do olho dele, ou seja, havia acabado de acordar. Que tal ter acrescentado que a cena ou a câmera (como preferir) se afasta e mostra um garoto...? Daria a certeza de que a câmera focava o olho dele e depois nos revelou quem estava ali. :D
As cenas são intercaladas por momentos atuais e futuros, mas apenas o uso do ‘A cena muda’ nos deixa claro o corte. Não há localização e nem temporalidade e não vi tanta semelhança com estilo literário para dar aquele equilíbrio na falta de certos termos indispensáveis num roteiro.
Uma das cenas cortadas me fez pensar numa imagem inexistente:
“Ramza: Professor! Também termin...
____________________________________________________________________
A cena volta para os escombros de Oxford”.
A interrupção deve ter sido uma das causas do desastre em Oxford :-x
Seria interessante se as duas cenas tivessem uma relação, por exemplo: O lápis de Ramza cai, ele leva o braço para pegar e há um close no lápis. Agora o lápis está nos escombros de Oxford. Ramza pega o lápis dos escombros...
Já a cena seguinte me causou estranheza:
“Edge: Sempre dando trabalho hein, Ramza? E o mestre que dizia que você devia cuidar de mim.
Ramza: Se você mão tivesse um mamute entre as pernas e um belo par de airbags quem sabe eu não pensaria no seu caso.
Ramza e Edge riem alto mas logo a expressão muda para expressão de esforço extremo”.
Era pra ser engraçado ou tenso? Imagine uma guerra acontecendo a sua volta e você rindo de uma piada? No mínimo, louco o.O
E antes de ‘mas’ deveria vir vírgula...
“Mulher loira: Johan...*snif* Joha..*snif*... E-eu... e-eu achei que v-você f-fos...’.
Snif? Isso só funciona em histórias em quadrinho, meu kereedo. Dizer que ela estava chorando não ia deixar ninguém pensando em ‘como?’...
“Entre os escombros do prédio de um antigo laboratório, chamas se elevam a 4 metros de altura. A fumaça é densa. Em meio dessas chamas, aparecem três homens. Todos trajando roupas militares negras, com algo que parecia armaduras com um estranho brilho azulado. Todos usavam capacetes com visores, não deixando os rostos aparecerem. Dois deles carregavam metralhadoras de mão, enquanto um carregava um lança-mísseis no ombro”.
Narração MA-RA! Adoro quando o roteirista dá detalhes de uma cena e não se prende a somente diálogos e emoções dos personagens. É importante visualizarmos a cena como se estivéssemos assistindo na TV. Detalhes demais podem fazer um roteiro passar do ponto, mas são fundamentais quando maneirados.
“Ramza e Tora correm enquanto ouvem explosões atrás deles. Uma nuvem de fumaça e fogo sobe por detrás deles. Os dois dão um salto quando chegam à mesma escadaria que meses atrás tinham descido após o vestibular”.
Definitivamente o autor quis misturar os estilos; Num roteiro não daria pra saber que a tal escadaria era a mesma de meses atrás considerando que, nem temporalidade tem para sabermos que aquela cena ocorria meses depois. Escrever “reconhecemos ser a mesma escadaria da cena anterior” seria mais adequado, mas considerando que não sei qual estilo de fato o autor queria usar...
“Senhor: Atacados? É algum trote dos veteranos?”
Se fosse ganharia o oscar...
“Uma coisa fria encosta na nuca de Ramza”.
Eu não pude sentir que coisa fria era...
Tudo bem que depois foi dito que a coisa fria era uma espada, mas no roteiro não há como descrever coisas que sentimos, afinal, imaginamos isso na TV; Veríamos a espada e mesmo assim passaria pela nossa cabeça que aquela lâmina estaria quente, levando em conta que já fora usada recentemente...
“Ramza sente a mão do velho apertar a sua. Mas o que sente tocando sua mão não é mais a mão enrugada do velho caduco”.
Pois é, não é pra comentar, já que entendemos se tratar de um roteiro/livro, mas quem disse que resisto?
A cena poderia ter mostrado a mão de Ramza correspondendo a do velho. Em seguida, mostraria a mão deste modificando. Como eu disse, roteiro não há descrições de sentimentos. Muitas vezes, é melhor nos decidirmos: Ou roteiro ou livro.
Por que, no estilo literário a gente escreve no passado, sem os nomes dos personagens na frente dos diálogos e descrevemos sentimentos; No roteiro tudo acontece, é presente. Você mostra aquilo que o telespectador veria se estivesse assistindo na TV. Não temos como saber que aquele personagem está sentindo pena, ódio, amor por alguém a não ser que ele diga ou demonstre.
Mas apesar dos pezares, a série tem seus atrativos como a bela narração e uma história que tem tudo para dar certo. Espero que o autor e muitos outros que seguem a linha roteiro/livro possam se decidir por qual estilo querem optar.
Até mais!