REVIEW: Ghosts

Cristina Ravela
2
“Eu vejo pessoas mortas...de novo”


Sim, minha gente quereeda, a série do mundo dos espíritos voltou no último dia 16 reformulada e eu resolvi ler o piloto novamente para conhecer as mudanças que o autor prometeu.

Nunca ouviu falar dessa série de humor negro? Veja a sinopse:

Ghosts conta a história de Dean que após o seu óbito não consegue fazer a passagem, ficando assim preso na terra. Obrigado a se associar a um sindicato de fantasmas rejeitados, Dean agora tem que se adaptar a sua nova condição de fantasma e ao mesmo tempo ficar atento, pois a passagem pode se abrir a qualquer momento.

Baseado em Dead Like Me.

Muito bem, o início mostrando o universo, as estrelas e a voz de Dean contabilizando quantas pessoas existiam no planeta foi o pontapé bem dado do autor, principalmente quando Dean diz que até aquele momento fazia parte das estatísticas. E nós sabemos que não duraria muito...

BOMBA! Dean ganha um irmão nessa versão reformulada. E para meu desgosto ou não (estou confusa), o nome dele é Michael :-x (o que você está olhando? Esse nome toca lá no fundo do meu eu mais interno, viu? :-x)

Bom, passado o susto...


“Vemos Dean correndo em direção ao telefone. A câmera dá um giro pela sala de estar e vemos que o chão de madeira possui um pequeno tapete no centro, há uma pequena lareira, com uma prateleira com várias fotos e vários móveis, incluindo um par de sofás”.

Se tem uma coisa que mais admiro nas obras de Maurus é a sua riqueza de detalhes. Você nunca se perde e jamais se perguntará como era a casa de fulano lendo uma série dele.

Mas talvez irá se perguntar de onde vem a imaginação dele lendo o seguinte:

“TV: Ontem a noite um barril de produtos tóxicos caiu na bacia de Atlantic City, afetando todas as criaturas marinhas. Os cientistas que estão estudando o efeito dos produtos tóxicos estão chamando esse fenômeno de...

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Dean: Oi amor... (pausa) Claro que nós vamos sair Daiana... (pausa) Você sabe que o que eu prometo eu cumpro. (sorri disfarçadamente)

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TV: Várias pessoas já foram atacadas. O caso mais curioso até agora, foi o deste homem, que ao nadar nu, teve seu órgão genital comido pelos peixes”.

Pra começar, o intercalar de cenas, mostrando que Dean está ocupado falando ao telefone com Diana e a TV ligada dando uma notícia que poderia salvar nosso mocinho da morte, ficou excelente.
E o fenômeno que atacou os ‘países baixos’ do sujeito é de lascar de rir. Ainda bem que o autor não mudou essa parte, se não nem sei, viu...

“Após alguns segundos ele pára de se movimentar e levanta a mãe, vemos que ele está com a sunga na mão”.

Não faça isso, meu fio! Levantar a MÃE e mostrar a sunga assim? Que hor-ror! Chamem a SAMU!

“Ele não é AGIU o suficiente”.

Nem eu seria AGIU assim...

A cena em que Dean desaparece na praia e em seguida, mostra ele sendo acordado por duas pessoas fez parecer que ele havia sobrevivido. Tudo uma estratégia para confundir o leitor, pois logo depois descobrimos que ele partiu dessa para uma complicada vida dos mortos. Mais do que complicada, insensível. Reparem como Mark, o cara do sindicato dos mortos rejeitados dá a triste notícia para Dean:

“Mark: Calma garoto, tudo ao seu tempo. A única coisa que posso te adiantar agora é que você morreu”.

Era a única coisa mais importante a ser dita mesmo...

Sabe quando o locutor diz algo e é mostrada uma cena? Pois é, você deve ver isso na série de TV ‘Todo mundo odeia o Chris’ ou ‘Everybody hates Chris’ como preferir.

“Eric McIntire (v.o): Há três estados básicos quando você sabe que está morto. No primeiro você não acredita em nada...

Dean (rindo/nervoso): Você não está falando sério! Como eu posso estar morto se estou aqui com você? Isso é um sonho. Só pode ser um sonho! (pausa) Uma droga de sonho maluco... Me belisque pra você ver. Isso é um sonho com certeza.
(...)

Eric McIntire (v.o): No segundo você se lamenta...

Dean (chorando): Quer dizer que eu morri? Não pode ser... (pausa) Eu morri, eu morri! E quem vai cuidar da Daiana? E a minha mãe? Quem vai dar comida ao Max? Eu sou tão jovem... (pausa) Não conheci Cuba... (pausa) Eu morri virgem...
(...)

Eric McIntire (v.o): E no terceiro você aceita tudo numa boa...

Dean (balançando os braços com desdém): Então eu morri!”

O episódio mudou pouco e conservou a ironia que conquistou fãs no mundo virtual inteiro. Parabéns ao autor e que outras ironias possam vir.
Esse mundinho nosso precisava disso mesmo; Uma série com humor negro para chacoalhar até do outro lado da vida. E que todos sejam bem-vindos! Vivo ou morto :-x

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