Afterlife | com seu Afterpilot

Luiz Fernando de Oliveira
1

A Série retrata a vida pós-vida

Sabemos que no fundo fazer o simples é o caminho mais seguro, apesar do tema "Espíritos" estar mais batido que novela da globo, essa proposta de trama continua sendo ainda muito instigante e alvo do público, mesmo não sendo original, o que torna um verdadeiro desafio para qualquer escritor no campo. Mas, o que faz realmente a “diferença” é como se expõe e adorna esse tipo de estória, com elementos originais. É o que Paullo Torquato não faz, segue o caminho plausível e seguro, mas, peca ao esquecer de elementos originais, aos quais poderiam “incorporar” sua personagen-central e evidentemente potencializar a trama. O rapaz pode ser considerado como um escritor experiente na área, pois, já era conhecido do grande público virtual, pelos sucessos de D:NY e Open Bar, e agora retoma o seguimento virtual, só que desta vez com a nova série “AfterLife”, uma estória diferente de qualquer coisa que tivesse feito antes.



A série conta estória da ex-policial, e agora detetive particular Brenda Jones interpretada pela gatíssima cantora-atriz Mandy Moore (Licença Para Casar), que tem a capacidade de ver e falar como os mortos, dom o qual não sabemos como se originou e nem mesmo é nos revelado ao decorrer do episódio, somente mencionado através de um diálogo subentendido. Mesmo porque trata-se de um segundo episódio. O pós-piloto começa com um desenrolar bastante interessante, quando Brenda e seu amigo-namorado Kevin, o ator Tim Daly (Private Practice) encontram um braço humano e ensangüentado num parque de diversões, “creio eu que não foi divertido para quem perdeu o membro”. Depois disso a estória tem seus altos e baixos, como se o autor não soubesse para onde está indo, se nem mesmo quem esboçou a ideia sabe, como os personagens vão saber. Os recursos do escritor são mínimos, e inicialmente não contribuem com o suspense.

Confesso que nunca tinha lido nenhuma estória do jovem escritor, e pensei que AfterLife superaria minha expectativa como uma produção acima da média, o que não aconteceu. Apesar de não me agradar tanto, a série não perde seu nível de intelecto, é um dos motivos para todos lerem. Convenhamos o autor detém grande charme ao escrevê-la, o que realmente empata é o eixo do desenrolar da trama, certa altura da projeção torna-se um tanto arrastado. Todo momento, quando imaginamos que algo inesperado irá acontecer, nada acontece, que a personagem-central vai tomar atitudes frente às investigações, mas não, ela é jogada para uma enxurrada de cenas. Eu pergunto-me: “Quando um jantar é mais importante que uma investigação?”. Brenda é muito indecisa e não tem iniciativa. Motivo que leva a estória perder o foco do episódio, que é o de quem está por trás dos crimes, decepando parte dos corpos das vítimas. Sem contar uma “subtrama” inserida no enredo, que envolve uma mulher chamada Cecília, que também não se desenvolve, não acrescenta nada e se perde numa conclusão sem sal e sem açúcar próximo do final do episódio.

Coadjuvantes têm momentos tão bons do que a personagem central, e deveriam receber um destaque maior. São Três personagens bastante atraentes, a primeira é o Fantasma Megan vivida pela atriz Mackenzie Foy que recentemente foi escalada para participar nas partes 1 e 2 da (Saga Crepúsculo: Amanhecer). Megan tem uma aparição repentina no início da introdução, apesar da tenra idade, a menina é esboçada como uma mulher adulta, de língua afiada e extremamente inteligível; personagem forte, mas, que é desperdiçada e pouca aproveitada no pós-piloto. A segunda trata-se da dançarina exótica de boate Samantha Johnson vivida por Hilarie Burton de (White Collar), “amiga veneno” de Brenda e funciona como uma espécie de mentora honorária para a detetive. Por última e melhor de todas, é o canastrão policial e ex-chefe da Brenda, Morrison vivido por Noah Emmerich (Show de Truman: O Show da Vida), e nada melhor do que alguém como ele, com cara de canastrão para interpretar a personagem.

A trama-central, a dos assassinatos, a qual as vítimas perdem seus membros, tem um desfecho fraco e difícil de engolir, tudo isso é claro no parque de diversões. No tocante o misterioso caso do episódio não existe. Se não podemos confiar naquilo que a estória nos mostra, o registro é nulo. Alguns autores optam pelo plausível por apego ao que se escreve e paixão ao caminho seguro, para eles às vezes uma revisão é a morte de um instante. Paullo Toquarto escolhe o caminho simples e seguro pelo motivo oposto, porque tem capacidade de escrever bem e fazer melhor do que esse pós-piloto. Jogando no ventilador de 0 a 10, o episódio recebe 5, por causa da cena em que os espíritos “um a um” saltam do parapeito do prédio, lembra de mais o filme “Fim dos Tempos” do diretor indiano M. Night Shyamalan, quando operários saltam para morte de um prédio em construção.

E Na semana que vem a série Foley Boys será Jogada no Ventilador.

Coluna “Jogando no Ventilador”

Postar um comentário

1Comentários

Please Select Embedded Mode To show the Comment System.*

#buttons=(Aceitar !) #days=(20)

Nosso site usa cookies para melhorar sua experiência. Saiba mais
Accept !