Primeiras Impressões | Maniac

Irreverente e debochada, Maniac é um tapa na cara, uma dança frenética e um peido fedorento. Tudo isso embalado em muita sedução, situações bizarras e personagens fora da caixinha. Um convite para o humor sarcástico e bem absurdo. 

A história se passa em Londres, especificamente na universidade de Windsor. Tudo começa quando um assassino em série mata os alunos de Siobhan [Viola Davis]. E o pior, o suspeito é Jack, o estripador, que teve sua tumba violada por duas amigas youtubers. 

Roteiro impecável

Jota Pê caprichou no roteiro. Não existem descrições ambíguas, diálogos vazios, ou mesmo cenas inúteis. A escrita beira a excelência e seduz o leitor pelas páginas do piloto. As situações que cada cena traz são encadeadas em ordem lógica, sendo úteis para o todo do episódio. E os termos técnicos são moderados e eficientes, não tornando o texto maçante ou de difícil compreensão. Por tudo isso, dou NOTA DEZ para o roteiro de Maniac, um verdadeiro primor.

Banner de Maniac, na WebTV.

Qué qué isso menino?

Tudo é muito louco e tudo é muito lúcido em Maniac. Os extremos entre o absurdo e o sóbrio são dolorosamente claros e eficientes. Em um momento, testemunhamos Priscilla Chapman [Debby Ryan] lutando com o assassino na garagem da irmandade, e vencendo-o.

Em outro ponto da história, acompanhamos a detetive Tuppence [Tichina Arnold], em um momento "a la CSI" com outros policiais, investigando de forma profissional e técnica a morte das youtubers.

Maniac tem esse humor inteligente, que passeia entre o escrachado e o sarcasmo. Ao mesmo tempo, introduz uma trama rica em detalhes e em situações dramáticas. Por tudo isso dou 8,5 para a trama.

Empoderadas

Sem dúvida o feminino é destaque. As mulheres da trama são fortes, engraçadas e cheias de poder. Priscila e Shiobhan são de longe os destaques desse episódio. A primeira, é a líder suprema da irmandade Kappa Nau Tau, e com sua influência, domina as amigas e a situação ao redor. É uma personagem inteligente, non sense que gostamos de ver.

Já Shiobhan é forte e determinada. Comanda a universidade com mãos de ferro e enfrenta qualquer desafio para manter sua liderança. Nem Priscila, com sua influência mete medo na diretora. Os outros personagens são todos muito bem caracterizados.

Uma tem peitos enormes, a outra é amante de homem casado, e os homens da trama são meios bobões, mas recebem sua parcela de importância. Mas, como disse anteriormente, não via a hora de acompanhar as cenas de Priscila e Shioban. Por serem tão sedutoras, dou 9 para as personagens.

Surpreso!

É isso aí. Não imaginei que iria sorrir e ao mesmo tempo sentir dó. Vi coisas extravagantes que me fizeram dar um leve sorriso. E vi mulheres sofrendo que me fizeram ter compaixão. Percebi nesse episódio essa necessidade neurótica de aceitação, com as meninas da irmandade Kappa Nau Tau, e como isso é terrivelmente doentio, e aqui, mortal.

Juntei todas as memórias de uma história com crimes, traição, coisas bizarras e cenas picantes. Sim, aqui tem de tudo. Mas, não se espante, a pimenta está em doses moderadas. Pelo conjunto da obra, dou nota 9. 

Se você ainda não viu, convido-o a embarcar em Londres e acompanhar quinzenalmente, nas telas da WebTV, essa história maluca e cheia de sedução. 

Não esquece de comentar. Um abraço e até a próxima!