Relembre | Primeiras Impressões de Juízo Final na ÍNTEGRA

Cristina Ravela
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Olá, gente, turu bom? Hoje o post é um Relembre das primeiras impressões que fiz da webnovela Juízo Final, exibida pela MegaPro. A review foi postada no programa The Posey Show, na mesma plataforma, porém, por dois motivos posto aqui.



Relembre | Primeiras impressões de Juízo Final na ÍNTEGRA


Primeiro porque, no Troféu Imprensa 2020 ela poderá concorrer, mas eu não encontrei o programa The Posey Show no MegaPro para fazer a linkagem e não sei se ela estará no site quando a premiação acontecer.

Segundo porque, como provavelmente ela vai entrar no TI ano que vem, é justo que a crítica seja postada na ÍNTEGRA, sem cortes, diferente do que ocorreu no The Posey Show.




Sim, na época eu tinha comentado com o Lucas Posey e o assunto morreu ali. Não vi nenhum post no grupo do Facebook para esclarecer isso, portanto, deixei para lá. Afinal, não foi a primeira vez que cortaram trechos do meu texto. Só achei que na direção de Lucas Posey isso não fosse acontecer.

Mas eu não vou revelar para você qual das palavras nesta primeiras impressões causou tanto a ponto dela ter sido suprimida da MegaPro. Adivinha quem fará isso?


Isso mesmo! Você consegue detectar o trecho vítima de corte? Se sim, ótimo, se não, lamento...

Vamos lá?


OBS.: lembrando que este texto foi escrito há meses e não mudei uma linha sequer.

A webnovela Juízo Final, de Weslley Vitoritti estreou em agosto de 2018 e vai até sabe ele quando. Não apurei. Fui convidada a ler a trama e resolvi atender o pedido de algumas pessoas que, desde o ano passado me instigam a revelar o que achei.

Juízo Final fala sobre a necessidade de justiça, que pode ser confundida com a vingança. Betina, a vilã venenosa do Éden usa o apaixonado Marcos para atingir seus objetivos: matar Stênio e ficar com toda sua fortuna. Só que ela pensa em descartar o bonitão para ficar com Gustavo, seu verdadeiro amor (essa gente ama de verdade?).



Conclusão: Stênio morre e Marcos é pego em flagrante. O bonitão vai preso e descobre que foi enganado pela erva daninha, jurando, assim, vingança...ou justiça? É aí que a trama entra na segunda fase para desenrolar a história, contando com Marcos e sua liga da justiça, formada por Luísa (filha de Stênio), Jedson (filho de Jordana, sua tia) e Jardel. Betina está plena, ryca, desfrutando de tudo que conquistou ao lado de Gustavo.

Pois bem, primeiramente, o roteiro está IMPECÁVEL, ágil, sem enrolação e com poucos termos técnicos. Quando falo em roteiro tem gente que acha que eu me refiro aos termos técnicos. Na verdade, é o ROTEIRO BEM ESCRITO que faz você seguir até o fim, bem como um texto literário fluído.

É difícil uma história ser tão boa que camufla algo mal escrito - pode acontecer -, mas é um desafio. É tipo alguém te passar um roteiro de viagem e não explicar todo o caminho percorrido. Roteiro mal escrito não te dá margem para uma viagem prazerosa.

As únicas coisas que preciso mencionar sobre o roteiro é o uso enfeitado da rubrica (termo usado para mostrar a ação ou estado do personagem) e a descrição de cena. A cena a seguir me chamou a atenção, no segundo capítulo:

"STÊNIO – (REFÉM DA BURRICE DOS APAIXONADOS) E você faz de mim o homem mais feliz da galáxia! Você entrou na minha vida pra me salvar, se não fosse você eu..."

Um "TODO BOBO" ou "BOBO APAIXONADO" resolveria a questão. Enfeitar demais pode tornar o texto cansativo.

A outra cena, sobre a descrição ocorreu no terceiro capítulo:

"Ambiente aconchegante, na medida do que uma pessoa assalariada pode conseguir obter nesse país hoje em dia." - Muito papo.

Partindo para a história de Juízo Final, é tudo BEM CLICHÊ, clicheruda, CLICHEZONA. Lembra qualquer novela das 9, tem sempre alguém passando um café e parece que já vi algum personagem com a mesma frase: "Tem alguém com fome aí?".




A vilã com seu cúmplice armando um bote pra cima do Marcos e de Stênio, com toda a safadeza possível, rindo aos quatro ventos do triunfo iminente. Um Laura Prudente ou uma Carminha talvez.

A cena mais interessante, ainda usando de clichê, foi quando Betina se autoflagelou para acusar Marcos de estupro e fazer Stênio demiti-lo. Sem falar nada do motivo da demissão, Stênio manda levar Marcos para longe dali e fazer um serviço com ele. No meio do caminho, o carro é interceptado por bandidos, que salvam Marcos. É aí que entra Betina, alegando que o plano deles fora descoberto e que ela foi espancada pelo maridão. É a brecha para convencer Marcos a participar do assassinato de Stênio.

E parece que explicar não é o forte dos personagens. Diante de um Marcos furioso, Stênio se espanta ao saber que ele e Betina estavam juntos, em um plano diabólico. Acho que o transe de Marcos era tão forte que ele não se deu conta de que Betina mentiu. Ora, se Stênio já sabia do plano, não tinha por que se espantar. MARCOS NÃO VIU ISSO? Erro do autor ou na hora da raiva a pessoa não percebe mesmo? Pode ser o segundo.



Sem querer me estender, Juízo Final é ótima para quem gosta de um novelão recheado de clichês, vingança e vilã desmedida. Curti o fato de Marcos não ser o mocinho preso injustamente. A sinopse falava em "preso em flagrante", mas qualquer armação da Betina poderia tê-lo colocado em uma situação flagrante. Fiquei impactada ao ver a crueldade de Marcos na execução do crime.

No fim das contas, nenhum dos dois merece a glória. Marcos cometeu um crime hediondo e merecia passar mais tempo na cadeia. Por mais ódio que você tenha, o crime foi bárbaro. Uma conversa ali no galpão (o cenário que amamos para cometer crimes), talvez, teria resolvido toda a novela, mas aí acabaria tudo.

Stênio ainda quis conversar, deu a "deixa" para esclarecer as coisas. Por isso, é importante analisar a cena para não ficar sem sentido. Quando o leitor encontra o fio da meada, basta puxá-lo e perceber que tudo seria resolvido com apenas uma frase: "você tentou estuprar minha esposa!", algo assim.

Juízo Final tem texto fluído, boa história, ótimo roteiro, mas o enredo deixa um pouco a desejar. Nada contra a clichês, mas eu não esperava encontrar TANTOS nessa novela.



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Você consegue imaginar qual foi o trecho "terrível" que fez a direção da MegaPro decidir cortar?

Pois bem, quero destacar aqui, para encerrar, a repetição da palavra "clichê" nesse texto. Nada demais, clichês são bons e podem ajudar a dar aquela guinada na trama. EU DISSE QUE CLICHÊS SÃO BONS, viu isso?

Mas lembro que a uma certa altura eu já sabia que a tia de Marcos ia morrer atropelada. Todo o percurso transformou a cena em algo tão previsível que eu podia pular para o corpo dela estrebuchado no asfalto que eu não teria perdido nada.

Talvez, entretanto, o maior problema é que isso tenha ocorrido de maneira repetitiva numa novela da MegaPro. Não se pode, nunca, portanto, condenar os clichês de novelas mexicanas e fazer clichezões de novelas brasileiras, não é?


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