Review | Ilha de Mistérios: por que tão misteriosa?

Cristina Ravela
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A review de hoje é da minissérie de Failon Teixeira, que estreou na MegaOD em 2019 e trouxe incógnitas.

A minissérie Ilha de Mistérios, exibida em 5 episódios na plataforma MegaOD, da Megapro, trouxe mais mistérios que vossa vã curiosidade possa imaginar. A review de hoje chega atrasada, ninguém pediu, mas eu estava há um tempo querendo falar dessa obra de Failon Teixeira e de sua possível evolução no roteiro.


Review de Ilha de Mistérios
Review de Ilha de Mistérios.

Pois bem, prometo ser breve e objetiva. Ilha de Mistérios conta a história de uma ilha misteriosa para onde netos adolescentes de um velho rico têm que ir para disputar uma herança. Calma, não chega a ser um revival de Gato Preto, tá?

Na trama, Antenor está prestes a morrer. E morre. Deixa uma herança polpuda pros netos e a casa para uma empregada que tanto prestou serviços à família. Só que ninguém avisa que o Antenor tinha problemas psiquiátricos, né? Porque numa das cláusulas ele pede uma condição para os netos conseguirem usufruir do dinheiro: passar uma semana em uma ilha, com o objetivo de valorizar a vida, algo assim.

Nesse momento, pensei: o velho é mau, man. A ilha deve ter tesouros e ser uma versão de  Jogos Vorazes: sobrevive o mais forte e leva o tesouro.

Mas, para a minha surpresa...SOLTA A IMAGEM, PRODUÇÃO!


Você está ciente disso? Quer continuar? Então, vamos continuar e revelar o que achei da minissérie da MegaOD.

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Razões para não fazer uma Ilha de Mistérios

História mal contada

"O primo do porteiro aqui do prédio morreu porque foi trocar o pneu do caminhão e o pneu estourou no rosto dele. Receberam o atestado de óbito como se fosse o covid-19. Eles estão indignados".


Você já deve ter visto essa fanfic por aí. Pois é, história mal contada é assim: você tem pressa de contar o ocorrido, pressa de mostrar uma cena phoda ou alarmista, mas, no final, nada se conecta, nem com Jah Jah, diria Pitty.

O problema de Ilha de Mistérios é que o título e a história fazem parecer que viveremos uma intensa aventura, com propósito no final. Mas, quando chega no final, ninguém explica o porquê de Antenor decidir arriscar a vida de seus netos.

Na verdade, tudo se transforma numa razão para meter Adriana Esteves, como a vilã Andradina, se comportando a la Carminha ao lado de César, a versão Max.

Falta de foco no enredo

Todo mundo já deve saber que enredo é aquilo que enreda, certo?



São sequências de acontecimentos e ações dos personagens que resultam em algo, criando algum sentido para o leitor/espectador. Em resumo, é o que movimenta a história.

No entanto, não vi nem objetivo principal com a história, que dirá uma sequência de ações que resultam em um sentido para mim. Uma cláusula que decide o futuro de três adolescentes parece interessante, mas a ilha não tinha nada de concreto que pudesse justificar a decisão de Antenor.

Se fosse descoberto que ele queria matar os netos em vingança contra a nora, e os netos descobrissem na tal ilha um grande plano para destruir a cidade e transformá-la em um polo industrial, nossa! Que plot twist! Que enredo! Mas...

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Falta de revisão e supervisão

A partir de algum episódio, nomes foram trocados, inclusive ações dos personagens também. O Roberto era amante da Helena, mas, de repente, não era mais, e sim, outro, o tal do Amadeu. A troca durou até o fim da minissérie e mudou o curso da situação, porque não era só uma simples troca de nome: Roberto era pai de JP, enquanto Amadeu era pai de Bárbara e Aluízio. Pelo menos acho que nada mudou aí.

Parece eu na quarentena.


Sem contar que o episódio 5 tem uma parte inicial repetida e cortada. Faltou revisão e supervisão, porque atrapalha horrores.

Em suma, Ilha de Mistérios tem um roteiro mais bem feito que a anterior de Failon Teixeira, Sabrina, então, com certeza o autor foi melhor orientado nesse aspecto, mas não sobreviveu com a história.

Roteiro não é só um punhado de termos técnicos; se não houver uma história e enredo bem amarrados, não adianta. Uma história mal desenvolvida pode ser lida até o fim em um roteiro bem estruturado, mas um roteiro mal feito me impede de acompanhar a melhor das histórias.

É isso. Espero que você tenha curtido, mas se não curtiu, não tem problema nenhum. Compartilhe em suas redes sociais, enquanto retorno a minha nave.

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