Nada como um dia como hoje para falar de uma série do meu caro Lucas Campos. Atendendo a seu pedido, trago The Dead, que fala sobre...A morte.
De cara você imagina que é uma história que aborda a morte de várias formas, só que aí você lê, e como num passe de mágica, chega ao final do episódio sem ver a tal da morte. Apesar do autor não ter me enviado a sinopse, creio que o título falaria por si só, assim como Pânico, por exemplo.
O que se sabe é que há um mistério no Triângulo das Bermudas envolvendo um navio que, segundo a personagem Anne, sumiu no ar . Frio na espinha agora hen.
Mas de que roteiro estamos falando? Só tem diálogos, nenhuma rubrica, nem narrativa, nadica de nada. Sem contar o enredo que tentou puxar pelo suspense, e me levou ao drama. Tudo começa num veleiro e termina num veleiro. Anne conhece um tal de Víctor que a leva para algum lugar. Daí Anne reencontra uns amigos, fala sobre o tal Víctor e eles afirmam não saber quem é.
Ótimo, pensei comigo: Víctor é um espírito, a história é espírita, talvez um bocado de terror, #SóQueNão. O autor deu a entender que Anne havia sonhado com o Víctor na primeira cena (muito claro isso, por sinal).
Leia um trecho:
"Cena 01 – Embarque no Veleiro.
Victor: - Está procurando quem?
Anne: - Um cara chamado Ryan, ele deve estar arrumando um veleiro.
Victor: - Eu iria te perguntar quem é você, mas sei lá, parece que eu já te conheço a muito tempo!
Anne: - Como?... Ah esquece, mas e daí você sabe onde ele esta ou não?
Victor: - Sei sim vem comigo.
Anne: - Você também é amigo dele?
Victor: - Podemos dizer conhecido, mas eu vou ir navegar com vocês eu sou o “piloto”.
Anne: - Hum...
Victor: - Aliás, meu nome é Victor.
Anne: - Prazer, o meu é Anne.
Victor: - E ai Anne conhece o Ryan há quanto tempo?
Anne: - A mais ou menos...
Victor: - Mais ou menos?
Anne: - Sei lá, só sei que eu o conheço."
Além de erros de pontuação e claramente de roteiro - leia sobre isso - , encontramos um diálogo monótono, estranho, insignificante. Quantos anos têm os personagens? O que trouxe de revelador nesse pequeno trecho? O cara diz primeiramente que não vai perguntar o nome da garota, por achar que já a conhece desde o tempo de Jesus, mas em contrapartida, os dois se apresentam, finalmente. Pra piorar a situação, ninguém precisa dizer "Eu vou ir navegar", porque se você vai, já diz tudo.
Sobre o roteiro, nunca, jamais, em hipótese alguma, alguém poderia usar "Navegando", "Tempestade", "Passa a Tempestade" como localização, só porque tudo se passa num veleiro . Para isso a narrativa existe, pra indicar se o veleiro está em alto mar, perto do cais, parado diante de um iceberg, ou nas profundezas do mar morto. Já que escolheu o veleiro como cenário principal e único do piloto, melhor lidar com isso e mandar um "Veleiro [int. / tarde]", "Veleiro [ext. / noite]", "Veleiro - Quarto [int. / manhã]" e assim sucessivamente.
Enfim, hoje é dia dos mortos, mas a série está mais para dia das bruxas...
Quem quiser conferir, aqui.
Falando em morte, minha gente, daqui a pouco saberemos quem morreu ou parece ter morrido desse mundo virtual. É a edição 4 do Dia dos Mortos! Aguarde sentado.
Primeiras Impressões | The Dead - A morte de um roteiro?
novembro 02, 2013
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