Review de A Oitava Rainha | Menos enrolação e mais ação

Batman
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“A Oitava Rainha” é a nova trama do TVN. Escrita por Pedro Humberto Gaze e Vitor Abou, a minissérie passa-se em 1880, num mundo dividido em impérios.

De forma geral, o maior problema de “A Oitava Rainha” está nas cenas paradas, sem ação, e cujo diálogo não é suficiente para segurar o leitor.

Uma das poucas artes decentes da trama.
Durante o episódio 1, o texto revela-se um tanto solto das mãos dos autores. A eleição para a escolha da rainha, por exemplo, me surpreendeu. E se, por um lado, há benefício nisso, por outro, há algumas negativas:
- A primeira delas: as outras rainhas não têm tanta importância. Sim, este fato ficou mais do que claro. Embora os autores tentem, a todo custo, encaixá-las em algumas tomadas, não dá certo. Os diálogos saem sem grandes proporções e fracos (vide cena 10).
- A segunda delas: a eleição é tão sem importância, que os autores cortam a parte em que todos votam.
- E a terceira delas: não há questão dramática alguma envolvendo a cena, isto é, a votação termina, todos sorriem e vão embora – é frustrante ao leitor, visto que o episódio, iniciado com cenas quentes, de ação e guerra, vai perdendo, gradativamente, suas forças; em outras palavras, vai ficando chato.

Sobre o roteiro, encontrei três erros:
- O primeiro, na primeira cena: depois de descreverem tudo, de mostrar-nos cenas da guerra entre os impérios, armas em punhos, os autores finalizam a cena com: “Sonoplastia: Tiros”. Mas, pera aí... Os tiros já não acontecerem? (lembra... “Começam a atirar e vários homens ficam feridos.”) Automaticamente, entendemos os tiros, não? 
- O segundo, na quatorze: no finalzinho da cena, há “Isabella vai ao seu quarto”. Trata-se de literatura, amigos? Porque cabeçalho nunca vi, nem comi, nem ouvi falar...
- O terceiro, na questão do flashforward, que começou lá na primeira cena, mas não terminou em momento algum. Seria um flashforward infinito, amigos?

Ao fim do episódio, um assassinato acontece... Pena que precisou tanta enrolação para o grande fato do episódio vir à tona.

No geral, o roteiro é bom e tem Português praticamente perfeito. Talvez tenham faltado elementos como o uso de externas convincentes (atrai o leitor); cenas de ação (exploração da guerra) e um pouco mais de conflito nas cenas – tudo pareceu fácil e simples no mundo dos impérios. Além disso, talvez agressividade à cena da eleição, algo importante no episódio, e uma marcação mais incisiva na questão dramática seriam boas táticas para tornar o texto menos chato e enjoativo.

Acima de tudo, acreditem: é uma boa trama, na qual o TVN deveria investir. E termino: ninguém lê ou assiste a algo por assim fazer; querem entretenimento – e só boas tomadas, com personagens fortes, que tomem grandes decisões e enfrentem grandes adversidades para chegarem a seus objetivos são capazes de proporcionar essas coisas.

Até mais.

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